PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA FALA DO CAIPIRA DO INTERIOR DE GOIÁS
Palavras-chave:
Variação linguística, Preconceito, Caipira, IdentidadeResumo
O estudo de variações linguísticas, especialmente do dialeto caipira, é um campo promissor na tentativa de refletir sobre os vetores de discriminação desse sujeito. O recorte espacial é a zona rural da cidade de Inhumas e seus arredores.
Quando dizemos “caipira”, as imagens acionadas, com certeza, lembram pessoas que se assemelham a Jeca Tatu, Chico Bento, Geraldinho e a ideia é de matuto. Essas imagens originam-se de nossas vivências, de nossas experiências, estão no campo de nossa cultura.
Essa estereotipização tem efeitos negativos na construção da nossa subjetividade e compromete nosso processo de socialização já que um dos mecanismos mais atuantes em tal processo é a reprovação social (VIANA, 2011). Então, neste projeto, abordamos o modo como os sujeitos do interior de Goiás,
especialmente os da zona rural, são vistos derivados de um processo político (ação = uma forma de agir no mundo). Propusemo-nos a pesquisar, portanto, os motivos que levam o Brasil a considerar assim este sujeito, de forma a encontrar maneiras possíveis de combater os estereótipos e promover a inclusão.
Os pressupostos teóricos que fundamentam nossa análise consistem nos estudos é do preconceito linguístico tal como discutido pelo professor Marcos Bagno (1999; 2001); de identidade, segundo Bhabha (2003); sobre o caipira, especialmente, em Candido (2017) e sobre a voz, em Gayatri Chakravorty Spivak (2014).