LETRAMENTO EM SAÚDE PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E EMPODERAMENTO DE MULHERES
Palavras-chave:
letramento em saúde, saúde sexual, saúde reprodutiva, saúde da mulher, vulnerabilidade socialResumo
O letramento em saúde descreve a capacidade das pessoas em compreender e utilizar informações acerca da saúde para tomar decisões sobre cuidados preventivos e tratamento de doenças. O estudo objetivou analisar o letramento em saúde e o acesso aos serviços de saúde de mulheres, escolares, de uma instituição de ensino pública do entorno do Distrito Federal. Trata-se de um estudo transversal. O estudo foi realizado no Campus Águas Lindas do Instituto Federal de Goiás, e recebeu anuência da Direção do Campus. O público-alvo da pesquisa foi discentes do sexo feminino, Curso Técnico Em Enfermagem Integrado ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos que concordaram em participar da pesquisa. Os dados foram coletados pelos instrumentos TLS 1 e 2, bem como de um questionário específico de conhecimentos e acesso aos serviços de saúde. Os dados foram digitados e analisados por meio do software Microsoft Excel, por análises descritivas dos dados, e apresentados em tabelas. Esta pesquisa atendeu aos preceitos éticos da Resolução CNS 466/2012 e foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa. Participaram do estudo 20 discentes, matriculadas no primeiro período do curso Técnico em Enfermagem na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. A média de renda per capta das mulheres investigadas foi de R$1.146,00 e a média da renda familiar foi de R$1.747,80. As discentes investigadas receberam o Teste de Letramento em Saúde (TLS) de conhecimento quantitativo e qualitativo, o primeiro era composto por dezessete questões objetivas, enquanto o segundo instrumento era dividido em trecho A: 16 pontos; trecho B: 20 pontos; trecho C: 14 pontos). Os resultados demonstraram que as discentes possuem um bom letramento em saúde onde o menor score foi de 32,4 enquanto o maior foi de 95,0. Das respondentes observamos que 5% apresentaram letramento em saúde inadequado, 35% limitado e 60% adequado. O questionário específico da saúde da mulher abordou o acesso aos serviços de saúde e as dificuldades enfrentadas. Observamos que 50% das mulheres raramente fazem uso dos serviços da Atenção Primária à Saúde. Quando questionadas sobre a frequência da realização de exames preventivos, 45% informaram que raramente realizam os exames e 45% frequentemente, 10% responderam que sempre realizam estes exames. Apenas 50% das participantes apontaram realizar exames preventivos para o Câncer de Colo de Útero (10% frequentemente e 40% sempre). As principais dificuldades encontradas no acesso aos serviços de saúde foram: falta de vagas para atendimento (65%); demora para consulta com especialista (50%) e Dificuldades com os serviços de Urgência e Emergência (45%). Nossos resultados demonstram as fragilidades no letramento em saúde das participantes pesquisadas, e as limitações sofridas para o acesso aos serviços de saúde, bem como fragilidades no cuidado preventivo às demandas específicas de saúde das mulheres.