MAPEAMENTO DE RISCO DE INCÊNDIOS NO MUNICÍPIO DE ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS COM O USO DE SIG

Resumo

Os incêndios representam uma grave ameaça à biodiversidade e aos processos ecológicos, especialmente em regiões como o Centro-Oeste brasileiro, onde fatores climáticos e antrópicos favorecem a ocorrência e propagação do fogo. A intervenção humana, seja por meio de práticas agrícolas inadequadas ou pela expansão urbana descontrolada, intensifica esses riscos, resultando em degradação ambiental, comprometimento dos ecossistemas e aumento dos perigos para a segurança das comunidades. Nesse contexto, o mapeamento de áreas suscetíveis a incêndios torna-se uma ferramenta essencial para a gestão ambiental e a prevenção de desastres. Este estudo realizou o mapeamento de áreas de risco de incêndio no município de Águas Lindas de Goiás, utilizando o método Analytic Hierarchy Process (AHP) em combinação com o Sistema de Informações Geográficas (SIG). Foram analisados indicadores como declividade, altimetria, temperatura, uso e ocupação do solo, proximidade de vias e outros fatores ambientais que influenciam a suscetibilidade aos incêndios, comparando os cenários de 1985 e 2022. Os resultados mostraram que, em decorrência do crescimento urbano desordenado, 55,7% do território apresentou alto risco de incêndio em 2022, representando um aumento de 16,9% nas áreas de alto risco, enquanto as áreas de risco médio caíram de 56,9% para 39%. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de ações preventivas mais robustas para conter o crescimento do potencial de incêndios. Esse aumento está diretamente relacionado à expansão tanto das áreas urbanas quanto das zonas rurais do município, considerando que regiões com alta densidade populacional e proximidade de estradas elevam o risco de incêndios devido à intensificação da atividade humana. Conclui-se que a proximidade de vias e a elevada densidade populacional aumentam significativamente a pressão sobre o meio ambiente, ampliando a suscetibilidade ao fogo. Diante desse cenário, é imprescindível implementar estratégias eficazes de gestão e planejamento urbano voltadas para a prevenção e controle de incêndios, com foco especial nas áreas de maior vulnerabilidade, como as zonas de expansão urbana e aquelas próximas a recursos naturais estratégicos, como as áreas de proteção ambiental e a vegetação nativa. Medidas eficazes de reflorestamento, monitoramento e controle de incêndios são cruciais para mitigar os impactos negativos no meio ambiente e garantir a preservação dos recursos naturais.