ANÁLISE DO “NOVO” ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE ANÁPOLIS

Autores

  • Eliete dos Santos Silva
  • Daniel Silva Barbosa
  • Lidiane de Lemos Soares Pereira

Palavras-chave:

reforma do ensino médio, formação docente, BNCC

Resumo

A reforma do ensino médio no Brasil, estabelecida pela Lei n. 13.415 de 2017, representou uma mudança significativa na estrutura e organização dessa etapa da educação básica, o que tem atraído a atenção de muitos pesquisadores (Ferretti, 2018; Ostermann; Rezende, 2021; Costa; Coutinho, 2018; Branco; Zanatta, 2021 e tantos outros). Embora a reforma tenha sido apresentada como uma medida para atualizar e melhorar a educação no país, ela não é bem-vista por parte dos pesquisadores, que reivindicam uma discussão mais aprofundada sobre a proposta em vigor. Dessa forma, a presente pesquisa qualitativa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IFG, teve como objetivo analisar o processo de implementação da reforma do ensino médio na cidade de Anápolis, sob a ótica dos professores da rede estadual. O estudo foi dividido em três etapas: uma revisão bibliográfica sobre a reforma e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC); a coleta de dados, realizada por meio de um formulário eletrônico com 14 perguntas abertas e 4 fechadas, respondido por 11 professores; e a análise dos dados utilizando a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Os resultados indicam que a implementação do Novo Ensino Médio em Anápolis, iniciada em 2022, enfrenta desafios significativos. Os professores apontam problemas relacionados à falta de formação adequada, ausência de infraestrutura apropriada e carência de recursos didáticos. Segundo a maioria dos docentes, a reforma não abordou questões estruturais fundamentais, como a valorização da carreira docente e a melhoria das condições de ensino. Além disso, houve uma redução da carga horária de disciplinas consideradas essenciais, como as das ciências humanas, o que foi amplamente criticado pelos participantes. Outro ponto de destaque é a percepção de que o novo modelo educacional oferece uma falsa sensação de escolha para os alunos, já que nem todas as escolas têm condições de disponibilizar uma ampla variedade de itinerários formativos. Dos 11 professores, 9 acreditam que a reforma piorou o ensino médio, pois não abordou problemas fundamentais, como estrutura, carreira e formação docente. A pesquisa concluiu que, embora o Novo Ensino Médio tenha sido proposto como uma solução para modernizar a educação e torná-la mais atrativa, sua implementação ainda necessita de ajustes significativos. A pesquisa evidenciou a necessidade de maior investimento na formação docente, melhorias na infraestrutura escolar e revisão das políticas educacionais para garantir uma educação de qualidade e equitativa.

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Publicado

2025-07-11