QUALIDADE DE EXPERIÊNCIA EM VÍDEOS ESTEREOSCÓPICOS 360: UMA ABORDAGEM PRÁTICA.

Resumo

O desenvolvimento das tecnologias multimídia, e em especial a introdução dos vídeos 360 estereoscópicos, mudou e tem mudado completamente a relação em que se consome o conteúdo audiovisual. Fatores como qualidade da imagem, taxa de quadros e resolução são cruciais para a imersão e satisfação do espectador, enquanto a identificação de distorções pode comprometer a experiência visual e, como consequência, são apresentados diariamente desafios significativos na avaliação da Qualidade de Experiência (QoE) do usuário. O presente estudo buscou preencher a lacuna mencionada ao propor um modelo preditivo que tem o propósito de mensurar objetivamente as métricas de conforto e qualidade de um vídeo 3D. Em função disso, a pesquisa envolveu a realização de experimentos psicovisuais, nos quais voluntários assistiram a vídeos com distorções estereoscópicas e avaliaram aspectos como qualidade da imagem e sensação de conforto. Os dados coletados foram analisados estatisticamente com o auxílio de softwares que permitiram a análise nos padrões dos dados obtidos, objeto de estudo que permitiu identificar padrões entre as variáveis estudadas. Foi notado que usuários inexperientes em aplicações com vídeos 360º não conseguiram discernir as variações de qualidade exibidas no experimento, sendo necessário o agrupamento de comportamento. A partir dessa análise, foi desenvolvido o modelo matemático capaz de avaliar automaticamente a QoE do usuário com uma acurácia de 85.7%. Como consequência prática, foi desenvolvida uma aplicação capaz de processar vídeos 360º, considerando diversas características como: informação espacial e temporal, sincronia entre as visões, profundidade estereoscópica; para avaliar a qualidade e o conforto experimentados pelos usuários. Além disso, a pesquisa traz importantes descobertas que podem auxiliar no desenvolvimento de aplicações comerciais que visam aprimorar a experiência audiovisual em conteúdos 360º com estereoscopia, como por exemplo, a diminuição de conteúdo espacial em paralaxe (informação espacial de profundidade) negativo o que promove uma experiência mais agradável e imersiva para os usuários.