MÃOS QUE MODELAM UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: ITINERÁRIOS DE CRIAÇÃO DE MÁSCARA AFRICANAS

Autores

  • Samuel Ricardo de Sá
  • Wilson Barros
  • Ana Rita da Silva

Palavras-chave:

arte-educação, Lei 10.639/2003, máscaras africanas, intercâmbios-culturais

Resumo

O presente relato tem como objetivo apresentar reflexões sobre o projeto de iniciação científica denominado ‘Mãos que modelam uma educação antirracista: itinerários de criação de máscaras africanas nas escolas do Município de Goiás’, através do edital PIBIC/IFG - 2023/2024 - Campus Cidade de Goiás. O projeto propôs a criação de estratégias de ensino e aprendizagem que possam ser capazes de trazer ao campo da arte/educação elementos estéticos anticoloniais, valorizando os laços afro-diaspóricos por meio de processos de modelagem de máscaras africanas com cerâmica, com o intuito de fortalecer a identidade cultural afrodescendente e contribuir para uma educação antirracista, mediante aplicação da Lei 10.639/03. A metodologia adotada foi a pesquisa participante, que propôs ações nas escolas com a participação de professores e estudantes do ensino fundamental. A condução das ações foi realizada pelo estudante da Licenciatura em Artes Visuais, Samuel de Sá, a partir de experiências que desenvolve, como artista e educador, em processos de criação de máscaras de cerâmica, passando pelo manuseio do barro, modelagem, queima e pintura, em busca de vínculos culturais e simbólicos com as tradições de suas origens afro descendentes. Contou também com a participação de um estudante da Guiné-Bissal que se encontra matriculado no curso de Bacharelado em Agronomia do IFG Campus Cidade de Goiás por meio de intercâmbio cultural com o Brasil. Ao trazer características comuns entre Brasil e África, os estudantes e docentes que participaram das vivências do projeto puderam debater sobre como o racismo afeta a visão sobre o povo negro pelo mundo. Assim, discutimos pontos que inferiorizam o negro e sua cultura, seus costumes e narrativas, dando exemplos de como as estruturas sociais vem sendo construídas no cerceamento e apagamento do legado africano e como esse sistema racista, afeta diretamente sua autoestima, oportunidades de emprego, de estudos e qualidade de vida. Durante as vivências, foi possível observar a atitude de escuta das crianças sobre as narrativas dos estudantes bolsistas, verificando- se que a maior parte dessas crianças é composta por negros e pardos, com uma minoria branca quase insignificante. Neste sentido, os relatos produziram, visivelmente, Acreditamos que o projeto trabalhou a conscientização sobre mudanças que corroborem para uma sociedade mais justa e igualitária em direitos para a população negra. Como resultados, espera-se que o projeto possa gerar contribuições de caráter teórico-metodológico antirracista com foco na criação de máscaras africanas.

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Publicado

2025-07-11