ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS HOMICÍDIOS DE TRANSGÊNEROS NO BRASIL ENTRE 2016 E 2018

Autores

  • Yuri Avelino Costa
  • Rogerio Ferreira Costa

Palavras-chave:

transexualidade, transfobia, homicídio, estatística, segregação

Resumo

No Brasil é onde mais se mata transexuais no mundo, e, embora seja um dado alarmante, o IBGE que é o principal provedor de informações geográficas e estatísticas do país, não têm informações sobre a comunidade. A responsabilidade de reunir as informações recai sobre instituições menores e periféricas como o Observatório Trans e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais. A falta de números oficiais prejudica a comunidade, pois não se pode medir o impacto de políticas públicas, relacionadas à empregabilidade, assistência social e violência. Os perigos de ser quem é se revelam na maioria das experiências da comunidade trans, a partir do momento em que expressam descontentamento com sua expressão de gênero. De jovens a idosos, nenhuma pessoa transgênero está segura, enquanto o ciclo preconceituoso, onde a comunidade ainda é expulsa de ambientes saudáveis, perdurar. O que explica as altas taxas de violência física e psicológica que são infligidas contra essas pessoas. Assim, a partir da pesquisa e leitura de artigos científicos e dos documentos do Observatório Trans, obtidos através da RedeTrans que disponibilizam os dados sobre a violência praticada contra comunidade transexual, realizou-se um estudo estatístico descritivo e inferencial para determinar as faixas etárias mais propensas a sofrerem homicídio e descrever as causas das mortes de transgêneros entre os anos de 2016 a 2018. Os resultados mostraram que a média de mortes está entre 28 e 29 anos e é maior que a mediana e a moda, o que caracteriza uma assimetria positiva, isto é, os homicídios ocorrem com maior frequência na primeira metade da distribuição. Além disso, com um nível de significância de 95% é possível afirmar que não houve diferença estatística significativa no número de mortes nos três anos analisados. As distribuições são leptocúrticas, devido à elevada concentração de homicídios entre 20 e 30 anos. A descrição da causa das mortes de transgêneros mostrou que à maioria das mortes ocorreram pelo uso de arma de fogo, seguido do uso de armas brancas e por outros mediadores como: apedrejamento, atropelamento, afogamento, espancamento, queimadura e asfixia. Desta forma, concluiu-se que os transgêneros do grupo analisado são assassinados muito jovens, pois geralmente são expulsos de casa, sem estudo e profissão, sendo obrigados a se expor para ganhar a vida e assim se tornam vítimas do preconceito e da violência.

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Publicado

2025-07-11