A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE CONTEMPORÂNEA: MINORIAS, SINGULARIDADES, MULTIPLICIDADES E DIFERENÇAS

Resumo

A presente pesquisa reflete acerca da construção da subjetividade na contemporaneidade, a partir das contribuições de Félix Guattari e Gilles Deleuze, procurando entender o que sustenta as multiplicidades insurgentes no mundo atual, as singularidades, as diferenças e, consequentemente, as resistências e as vozes das minorias. Para tanto, divide-se em três partes. A primeira parte procura compreender a ressignificação do sujeito e do mundo por uma perspectiva plural, aberta e não hierárquica, baseada no conceito de rizoma. A segunda parte liga o rizoma à micropolítica, como possibilidade de ruptura com a cultura e a subjetividade capitalística, fundada em modelos universais e no aprisionamento do sujeito às determinações do capital. A terceira parte trata das multiplicidades, singularidades e identidades das minorias presentes no mundo atual que, pela via da micropolítica, promovem verdadeiras revoluções moleculares, resistem e se fazem aceitas no contexto de uma sociedade padronizada e hierarquizada pela força do capital. Assim, pesquisa objetiva analisar, refletir e problematizar a produção da subjetividade no mundo atual e toma como problema central a constituição do sujeito na complexa sociedade contemporânea, voltando-se à questão das singularidades, multiplicidades, diferenças e, por consequência, trata das lutas empreendidas pelas minorias massacradas no contexto do capitalismo mundial integrado. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se centra na análise conceitual e na contextualização filosófico-histórica, associando os conceitos à sua historicidade; nas Leituras e fichamentos das obras primárias e secundárias; e na elaboração de textos com base nos elementos extraídos dessas leituras e fichamentos. Como resultados, além da produção do artigo final, a pesquisa apresenta a produção de outros três textos, intitulados: “As ligações possíveis entre o rizoma e as três ecologias”; “Micropolítica: a possibilidade de ruptura com a subjetividade capitalística”; e “Subjetividade contemporânea: entre multiplicidades, minorias e singularidades”.  Como conclusão destaca-se a ideia de que a subjetividade contemporânea é engendrada por fatores externos que transpassam o sujeito numa multiplicidade de componentes a que ele recorre para a construção de territórios existenciais que escapem da esmagadora e binária subjetividade capitalística. As lutas sociais das minorias surgem justamente das linhas de fuga traçadas pelos sujeitos, que projetam seus caminhos por uma perspectiva rizomática, aberta, não hierarquizada, e horizontalizada. É nessa re-significação que surgem os movimentos micropolíticos como exemplo tem-se as lutas do movimento LGBT, dos grupos feministas, do coletivo negro, das organizações populares, entre tantas outras minorias. Neste sentido, a reflexão entende a multiplicidade e como esta reorganiza a ordem e a moral da binária cultura capitalística, propondo contra ela um devir revolucionário.