CENÁRIO DA EFETIVAÇÃO DO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS EM GOIÂNIA-GOIÁS

Autores

  • Ana Vitória da Silva Maia
  • Elaine Onorato de Assis
  • Patrícia Silva Nunes
  • Tamíris Augusto Marinho

Palavras-chave:

Obtenção de Tecidos e Órgãos, Transplante de Órgãos, Transplante de Tecidos

Resumo

O estudo sobre o cenário de transplantes de órgãos e tecidos no estado de Goiás, justifica-se pelo fato de que, apesar de o Brasil ser o segundo maior país transplantador de órgãos do mundo, ainda há uma desproporção significativa entre a demanda e a oferta de órgãos, além do desconhecimento do cenário goiano relacionado a essa temática, sobretudo entre discentes em formação na área da saúde. O objetivo principal foi avaliar a efetivação dos transplantes no estado de Goiás, com ênfase no impacto do marketing social e na logística de doação e captação. Especificamente, o estudo buscou delinear a trajetória histórica dos transplantes em Goiás e analisar os fatores que influenciam na doação de órgãos. O método usado foi observacional transversal, com dados públicos disponibilizados pela Central Estadual de Transplantes de Goiás. Os dados foram analisados no Microsoft Excel®, e apresentados em gráficos. Os resultados mostraram que o primeiro registro de transplante em Goiás ocorreu em 1995, e desde então, houve um aumento significativo no número de transplantes, principalmente de rim e córnea, a partir dos anos 2000. O ano de 2017 foi o de maior número de doações efetivadas, com 1.307 registros, com uma queda observada nos anos subsequentes, principalmente entre 2020 (n=592) e 2022 (n=651), possivelmente devido à pandemia de Covid-19. A partir de 2023, os números de transplantes voltaram a subir, chegando a 881 registros. No entanto, apenas uma fração dos potenciais doadores efetivamente chega ao transplante, devido a fatores como negativa familiar e contraindicações clínicas. No cenário de negativas familiares foi possível identificar que o desejo de integridade do corpo e, não ser o ente um doador em vida, tiveram o maior impacto na não doação, com 34% e 25%, respectivamente. Em conclusão é importante reforçar que, apesar dos avanços, ainda há desafios significativos, como a baixa conversão de potenciais doadores em doações efetivas. Para superar esses obstáculos, é necessária uma melhor conscientização pública e treinamento das equipes de saúde, além de uma logística eficiente por parte das instituições captadoras e transplantadoras. O estudo contribuiu para a compreensão do processo de doação e transplante em Goiás, fornecendo subsídios para futuras melhorias e intervenções na área.

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Publicado

2025-07-11