PREVALÊNCIA E GRAVIDADE DA DOR DE ORIGEM DENTÁRIA EM ADOLESCENTES ESCOLARES E FATORES ASSOCIADOS

Resumo

No presente estudo, visou-se estimar a prevalência e a gravidade da dor de origem dentária em adolescentes escolares, e analisar associação com fatores sociodemográficos e comportamentais. Metodologia: Participaram deste estudo transversal 3034 escolares com idades entre 13 e 19 anos, dos 14 Câmpus do Instituto Federal de Goiás, os quais responderam um questionário autoaplicável. A variável dependente foi o relato de dor de dente no período de seis meses anterior à coleta dos dados, obtida por meio da seguinte questão: "Nos últimos seis meses, você teve dor de dente? (Sem contar a dor causada por aparelho)". As categorias de resposta foram: (i) Sim, muita dor, (ii) Sim, média dor, (iii) Sim, pouca dor, (iv) Não senti nenhuma dor de dente, e (v) Não sei/não me lembro. As variáveis independentes foram as características sociodemográficas, bem como hábitos e comportamentos relacionados à saúde geral e bucal. Realizou-se análise descritiva das variáveis, além do teste do Qui-quadrado de Pearson para investigar os fatores associados à dor de dente (Nível de significância estatística: α=5%). Resultados: Ao todo, 30,3% dos estudantes tiveram dor de dente, dentre os quais a maioria (65,2%) reportou um grau de dor leve. Ao se fazer uma comparação entre os participantes, estudantes do sexo feminino apresentaram maior relato de dor de dente (p<0,001) em comparação aos de sexo masculino. Estudantes que eram expostos ao fumo passivo tiveram mais probabilidade de ter dor de dente (p=0,004) do que estudantes não expostos. Uma maior frequência de dor de dente também foi observada entre estudantes que são consumidores frequentes de bebidas açucaradas (p=0,003) e alcóolicas (p=0,002) em comparação com estudantes não consumidores. Conclusão: Observou-se uma frequência relativamente alta de dor de dente entre os adolescentes participantes, e a gravidade da dor foi, predominantemente, leve. A dor de dente foi associada ao sexo feminino, fumantes passivos, que eram consumidores de bebidas alcoólicas e açucaradas. Esses achados sugerem uma associação significativa entre esses fatores de risco e a saúde bucal, ressaltando a necessidade de estratégias de prevenção direcionadas a esses grupos, com foco na redução da exposição ao fumo e na promoção de hábitos alimentares saudáveis.