MANGÁS ADENTRO: PERSPECTIVAS PARA O LETRAMENTO POLITÉCNICO NO ENSINO MÉDIO (INTEGRADO AO TÉCNICO)
Palavras-chave:
Educação politécnica, Mangás, Letramento críticoResumo
Tendo em vista que uma das funções precípuas dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, é a formação humana integral na perspectiva da formação omnilateral e politécnica, tomando o trabalho como princípio educativo como caminho inicial ao processo de emancipação e autonomia do ser humano, este trabalho, que se insere no âmbito de um projeto maior, se coloca na seara de compreender as contribuições dos mangás, HQs japoneses, para o letramento crítico dos estudantes de ensino médio (integrado ao técnico). Especificamente, este subprojeto objetivou analisar em que medida os mangás indicados pelos estudantes do Ensino Médio Integrado (EMI) do IFG-Câmpus Inhumas, atendem a perspectiva de letramento politécnico. Considerando o referencial teórico no qual se apoia, esta investigação tem como enfoque qualitativo, o materialismo histórico. O instrumental de geração de dados resultou da leitura e análise de mangás indicados em estudo implementado de 2022 a 2023. Com o fito de abarcar a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do objeto, a técnica de triangulação foi aplicada. A análise e discussão de dados evidenciam que dentre os mangás apontados pelos estudantes, Nanatsu no taizai, Bleach, Tamo tchan, Sono bisque doll, NO.06, Shuumatsu no Valkyrie e One Piece possuem elementos que apontam para o letramento politécnico dos estudantes, vez que desvelam possibilidades de letramento politécnico, uma vez que se alicerçam em uma perspectiva de não perpetuação e reprodução de desigualdades e destruição gerados pelo sociometabolismo do Capital. Em síntese, os resultados evidenciam que os suprareferidos mangás, mediante seus enredos e/ou visão de mundo de seus personagens contestam e escancaram as contradições do Capital, por conseguinte constituem um rico instrumental para subsidiar práticas educativas e práticas de letramento, sobretudo pedagógicas, que mirem a tarefa histórica de uma educação que não seja “interiorização” e legitimação de um sistema que aliena o trabalhador, e sim enquanto, nos termos de Mészáros (2008), “contrainternalização” e “contraconsciência” à lógica do Capital.