UM ESTUDO SOBRE CIGARROS ELETRÔNICOS EM PERIÓDICOS COM QUALIS EM QUÍMICA

Resumo

O uso de cigarros eletrônicos, os DEFs, tem crescido cada vez mais, principalmente entre jovens. O aparelho surgiu como uma forma saudável de cessar o tabagismo, no entanto, diversos autores, inclusive a AMB (Associação Médica Brasileira) afirmam que o uso desse produto é uma ameaça para a saúde pública. Esse argumento surge a partir da falta de estudos e informações sobre a composição dos cigarros eletrônicos, o que leva a uma dúvida sobre os riscos que o mesmo pode causar. Sendo assim, a pesquisa buscou identificar artigos que abordam os mecanismos e a composição química dos componentes dos cigarros eletrônicos em periódicos com Qualis/Capes em Química. A partir da análise desses artigos, também foi possível identificar as principais substâncias citadas nos artigos, onde as mesmas foram analisadas por meio de sua Ficha de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão bibliográfica de artigos publicados entre 2003 e 2023 em periódicos com Qualis/Química A e B, resultando na identificação de 12 artigos relevantes. A leitura dos artigos na íntegra permitiu a sistematização dos dados  organizados em seis categorias temáticas: Saúde (18,8%), Marketing (12,5%), Tabagismo (21,9%), Legislação (21,9%), Conhecimento (3,1%) e Composição Química (21,9%). Nota-se que menos de um quarto dos artigos apresentou estudos e dados referentes à composição química dos cigarros eletrônicos. Assim foi possível realizar um levantamento de componentes químicos citados, encontrando 51 substâncias e considerando 48 para a análise, sendo que desse total, 24 foram descartadas a partir de um artigo que contesta o caráter supostamente nutritivo de algumas substâncias em e-liquids. As outras 27 foram analisadas a partir das FISPQ, sendo possível analisar toxicidade e riscos à saúde para 24 substâncias citadas. A análise apontou que 23 apresentam níveis de toxicidade aguda por via oral, dérmica e/ou inalação. Os dados indicaram que há escassez de publicações científicas sobre a composição química dos e-liquids utilizados nos cigarros eletrônicos, sugerindo a necessidade de ampliação  de estudos nessa área.