RACISMO CIENTÍFICO E ENSINO DE CIÊNCIAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
Palavras-chave:
racismo científico, ensino de ciências, educação antirracista, práticas pedagógicasResumo
Este trabalho aborda o racismo científico no ensino de Ciências da Natureza nos anos finais do Ensino Fundamental, focando nos desafios e perspectivas de práticas pedagógicas que promovam uma educação antirracista. O problema de pesquisa que conduziu a pesquisa buscou questionar quais práticas pedagógicas são essenciais para superar o racismo científico nesse contexto. O objetivo geral foi identificar práticas que ajudem a superar o racismo científico, enquanto os objetivos específicos buscaram compreender a construção do racismo com base em conceitos científicos e pesquisar estratégias pedagógicas que desconstruam estereótipos raciais e fomentem o respeito à diversidade no ensino de ciências. A metodologia adotada seguiu uma abordagem qualitativa, construindo um Estado da Arte (Ferreira, 2002) de publicações acadêmicas e científicas, valendo-se da identificação de categorias a partir da análise de conteúdo de Bardin (2016). Dentre as fontes analisadas, foram identificadas 13 publicações, selecionadas a partir de bases de dados como SciELO, Google Acadêmico e ABPN. Os autores que embasaram o referencial teórico desta pesquisa incluem Bolsanello (1996), que discute o conceito de Darwinismo Social; Wieviorka (1997), que aborda a relação entre racismo e estereótipos; Gomes (2005), que reflete sobre a harmonia racial; Souza (2005), que analisa a formação cultural e os preconceitos; Cardoso (2005), que enfatiza a diversidade cultural; e Onofre (2020), que defende a justiça social e a valorização cultural. Os resultados apontam para a necessidade de sequências didáticas que integrem o tema do racismo científico ao currículo, assim como a formação docente continuada para capacitar professores na promoção de uma educação mais inclusiva. Também foi identificado que resistências institucionais e a falta de políticas públicas efetivas dificultam a aplicação dessas práticas. Contudo, a adoção de abordagens metodológicas e o uso de materiais que abordem criticamente o racismo foram indicadas como estratégias eficazes para promover uma educação antirracista no ensino de ciências.