VIDA, VÍCIO E (NÃO) SUICÍDIO: A IMPORTÂNCIA DA SUBSTÂNCIA
Resumo
O suicídio tem se mostrado bastante recorrente no universo dos jovens, mas, a nosso ver, o uso de substância pode funcionar como um escape para esse ato, ou seja, uma forma de proteção à vida. Neste artigo, objetivamos debater a relação entre vida, vício e (não) suicídio, intentando discutir essas temáticas, alvo de preocupações das mais diversas instituições sociais, como provocadoras de inquietações no espaço educacional, e pensando a possibilidade de imprimirmos outro olhar (teórico) sobre elas. Para isso, analisamos sequências linguísticas da obra “Macário” (2006), de Álvares de Azevedo, e do “Poema tirado de uma notícia de jornal” (2000), de Manuel Bandeira. Assumimos como aportes teóricos aspectos da teoria de Lacan (1988) e textos teóricos da área da Saúde Mental. Para a análise linguística, norteamo-nos por alguns fundamentos da Análise de Discurso, notadamente com base nos pressupostos de Pêcheux (1993, 2008). Com este trabalho, encontramos respaldos teóricos que, postos em relação, permitiram-nos (re)pensar o uso da substância não pelo velho discurso do combate, do enfrentamento, mas considerando que, talvez, tirá-la do sujeito pode significar a retirada daquilo que lhe parece seu único ponto de equilíbrio na vida.