IDENTIDADES E SEXUALIDADES: RELATOS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO INTEGRAL DO IFG FORMOSA
Palavras-chave:
educação sexual, prevenção de doenças, sexualidade, livre diálogo, diversidade sexualResumo
Sabe-se que o crescimento e amadurecimento dos adolescentes em ambiente escolar é de fundamental importância. Porém, a pandemia do COVID-19 fez com que os jovens em formação escolar, em período crucial de aquisição de conhecimento acerca das mudanças de seu corpo e com a necessidade do contato com o outro, ficassem isolados em casa, sem o contato com amigos ou colegas próximos. Durante o período de isolamento, tiveram acesso muito abrangente da internet o que gerou tanto efeitos positivos, como acesso a conhecimento e informações de maneira rápida, quanto negativos, como a queda do desempenho acadêmico, danos psicológicos e dependência. Nesse contexto, esta pesquisa teve o intuito analisar a compreensão dos adolescentes do Ensino Médio Integrado do IFG - Campus Formosa, acerca de temáticas como: sexualidade, tipos de violências, masculinidade, desafios enfrentados nas transições e possíveis violências dentro do IFG - Formosa no pós-pandemia. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a realização de grupos focais de 4 estudantes cada, separados por gênero e afinidade, totalizando, dois grupos masculinos e dois grupos femininos. Foi utilizado um questionário que guiou a discussão e reflexão dos participantes acerca dos temas. No que se refere ao conhecimento sobre sexualidade, os resultados indicam que os alunos do Ensino Médio Integrado do IFG Formosa, dão maior ênfase nas questões que relacionam sexualidade ao meio social. Também, na maior parte dos grupos emergiram discussões sobre o uso de pornografia por adolescentes (majoritariamente por parte dos meninos), pressão social sobre a expressão da sexualidade dos jovens e dificuldade de expressar sua sexualidade em meio social, principalmente indicada pelos participantes que se consideram mulheres cisgênero e que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+, o que contrastou fortemente com o relatado por outro grupo focal, formado por participantes que se consideram homens cisgênero heterossexuais. Houve citações sobre violências vividas cotidianamente, como assédio ou violência verbal e psicológica, principalmente entre os participantes que se consideram mulheres cisgênero. Nesse contexto, destacamos comentários marcantes dos grupos focais femininos, como: “Tenho muito medo de homem!”. Percebemos, assim, a importância de espaços seguros para a efetivação da educação sexual na grade curricular de ensino, para que assim, os adolescentes, para além de reconhecer o funcionamento dos órgãos reprodutores, tenham um espaço confortável para discutir temas de grande relevância para seu desenvolvimento, como violências sexuais, inseguranças e autoconhecimento dentro dos ambientes escolares.