EXPRESSÕES DA SEXUALIDADE PÓS-PANDEMIA NOS ESTUDANTES DO E.M. INTEGRAL DO IFG FORMOSA
Palavras-chave:
educação sexual, prevenção de violências, sexualidade, livre diálogo, diversidade sexualResumo
Durante a pandemia de COVID-19, o afastamento da escola afetou o amadurecimento e desenvolvimento cognitivo e social dos jovens, expondo-os por longos períodos a conteúdos prejudiciais na internet. No retorno presencial ao estudo, problemas que não ocorriam há algum tempo, como gravidez precoce e discriminações, foram novamente observados no Instituto Federal de Goiás. Este projeto de pesquisa visa analisar o conhecimento dos alunos de ensino médio sobre sexualidade e os possíveis impactos do isolamento social ocasionado pela pandemia no amadurecimento e desenvolvimento da sexualidade desses estudantes. A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário disponibilizado via Google formulários, contendo questões relacionadas ao conhecimento de anatomia/fisiologia do genital feminino, sexualidade e violências, e aplicado no laboratório de informática do IFG - Câmpus Formosa. Nesse contexto, 43 estudantes aceitaram participar da pesquisa. Quando perguntados sobre os receios relacionados à prática sexual, a maioria dos estudantes indicou o medo de ISTs e de uma gravidez indesejada; contudo, essas situações estariam associadas ao uso incorreto ou à ausência de métodos contraceptivos, como preservativos. Além disso, 68,2% dos participantes que responderam não compreendem que o órgão genital feminino não se torna mais largo após muitas relações sexuais. Por outro lado, 90,2% dos participantes compreendem que as mulheres podem ter orgasmo, sendo esta a única questão com uma alta porcentagem de acertos. Além disso, 75,5% dos participantes reconhecem que o nome correto do genital feminino externo é “vulva” e 82,8% sabem que a vagina se encontra entre o útero e a parte externa do corpo. Também destacamos que diversos relatos de violência foram feitos ao longo do formulário. Entretanto, muitos destes participantes não conseguiram identificar tais violências, uma vez que alguns destes responderam “não” quando diretamente perguntados sobre o tema. As informações apresentadas pela pesquisa indicam que grande parte dos adolescentes recebe uma educação sexual pouco eficiente, em decorrência de diversos fatores, como a falta de interesse dos próprios jovens ou das instituições de ensino, falta de oportunidade ou até mesmo pela ausência de diálogos com os pais, o que leva os jovens a buscar informações em fontes virtuais, muitas vezes inadequadas. Essa carência de diálogo pode resultar em estereótipos prejudiciais ao desenvolvimento de uma vida sexual saudável, além de aumentar a incidência de gravidezes indesejadas ou infecções por ISTs e de afetar a autoestima dos estudantes.