Políticas de formação docente: o Pibid e o PRP à luz do desenvolvimento da profissionalidade
DOI:
https://doi.org/10.56762/tecnia.v10i1.2212Palavras-chave:
Formação de Professores, Residência Pedagógica, profissionalidade;, PibidResumo
Este artigo tem como finalidade destacar a importância do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e do Programa de Residência Pedagógica (PRP), analisando o movimento de transformações, disputas e acontecimentos que permearam a implementação destes a partir da década de 1990, identificando seus impactos na formação inicial docente. Dessa forma, o estudo busca compreender como esses programas podem contribuir para o desenvolvimento da profissionalidade docente. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caráter qualitativo, de natureza exploratório-descritiva, consubstanciado em um levantamento bibliográfico e documental com o objetivo de analisar. Os resultados indicaram que a profissionalidade é essencial para a formação de professores, uma vez que muitos enfrentam dilemas localizados no início da carreira. Desse modo, o Pibid e o PRP, apesar de sofrerem críticas, quando interligados, podem promover uma formação que contribui para o desenvolvimento profissional dos futuros professores, preparando-os para os desafios da sala de aula e fortalecendo a confiança e segurança na docência, pois são políticas que estão presentes desde o início da formação em cursos de licenciatura. No entanto, como qualquer política de formação docente, esses programas enfrentam desafios, o que reforça a importância de produções acadêmicas e relatos de experiência dos pibidianos e residentes, demonstrando que, mesmo em contextos adversos, eles continuam a ser instrumentos importantes para a formação docente e que não devem ser negligenciados ou reduzidos.
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