A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR COMO ARTEFATO TÉCNICO: UMA LEITURA A PARTIR DA TEORIA CRÍTICA DA TECNOLOGIA
an understanding since Critical Theory of Technology
DOI:
https://doi.org/10.59616/cehd.v1i4.956Palavras-chave:
Filosofia da Tecnologia, Organização curricular, Teoria Crítica da Tecnologia, Teorias curricularesResumo
O ensaio analisa a organização curricular a partir da Teoria Crítica da Tecnologia. Nosso objetivo principal é refletir sobre a dimensão política dos currículos, compreendidos como artefatos técnicos. Discorre sobre o histórico das teorias curriculares no Brasil; apresenta a Filosofia da Tecnologia de Andrew Feenberg; tece uma analogia entre organizações curriculares e artefatos técnicos. Por meio de uma revisão de literatura são feitas discussões pertinentes numa época de disputas políticas entre concepções distintas sobre modelos curriculares. A escola é influenciada pela presença de novas tecnologias e em geral não debate, ensina, ou questiona o currículo. Educação também implica não-liberdade, porém pode dar lugar à liberdade se incorporar a crítica.
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