Modernidade, Ciência e Ética:

algumas reflexões para pensar um ensino para a compreensão humana

Resumo

Neste artigo, discutem-se aspectos da relação entre Modernidade, Ciência e Ética, buscando refletir sobre possibilidades de pensar propostas de ensino voltadas para a compreensão humana.  Parte-se do pressuposto de que, na Modernidade, a racionalização do real transcendeu a esfera da Ciência e passou a compor a própria subjetividade humana, fazendo com que os indivíduos passassem a atribuir um valor às coisas do mundo e aos seus pares. A instituição escolar ocupou papel central na consolidação desta sociedade tecnocientífica, visto que as práticas pedagógicas, características da escola, por impedirem os estudantes de desenvolverem uma reflexão de caráter epistemológico, difundiram e legitimaram uma concepção de que o saber científico é superior às demais formas de saber. Um mundo marcado pela racionalização, pelo capitalismo e pela ética utilitarista é terreno insólito para o desenvolvimento de propostas educacionais que visem o desenvolvimento da compreensão humana numa perspectiva inclusiva. Entretanto, entende-se que, ao propor práticas pedagógicas no diálogo, é possível criar espaços para o desenvolvimento da ética e da compreensão humana.