Gamificação na Educação: as bases neurológicas e psicológicas para sua utilização
DOI:
https://doi.org/10.56762/tecnia.v9i2.1589Palavras-chave:
Educação, Gamificação, Neurociência, Teoria do Fluxo, Teoria da MotivaçãoResumo
Um desafio percebido para o ensino de um determinado conteúdo é a falta de motivação e engajamento dos discentes. Tal desafio torna necessário o uso de estratégias para que os estudantes participem ativamente do processo de ensino e de aprendizagem durante o período de aula ou fora dele, tanto de maneira individual quanto coletiva. A gamificação na educação utiliza elementos típicos dos jogos para engajar e motivar os alunos, melhorando a aprendizagem e a retenção de conhecimento. Este artigo explora as bases neurológicas e psicológicas que justificam a implementação da gamificação no ambiente educacional. Do ponto de vista neurológico, a gamificação ativa os sistemas de recompensa do cérebro, liberando dopamina e promovendo uma sensação de prazer e satisfação, podendo aumentar a motivação intrínseca dos alunos e facilitar a formação de memórias de longo prazo. Psicologicamente, a gamificação atende a diversas necessidades básicas, como a autonomia, a competência e o relacionamento. Ao proporcionar desafios adequados ao nível de habilidade dos alunos e um feedback contínuo, a gamificação pode aumentar o senso de competência e autonomia, bem como promover interações sociais positivas. Este trabalho revisa estudos e evidências empíricas que demonstram os benefícios da gamificação na educação, discutindo como esses mecanismos podem ser aplicados de forma eficaz para melhorar o desempenho acadêmico e o engajamento dos alunos.
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