MUKANDA TIODORA

A VOZ NEGRA EM CONFRONTO COM O MITO DA HARMONIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59616/cehd.v1i9.2432

Palavras-chave:

História do Tempo Presente, História em Quadrinhos, Resistência Negra, Marcelo D’Salete, História do Brasil Imperial

Resumo

Este artigo analisa como Mukanda Tiodora, de Marcelo D’Salete, opera como narrativa gráfica e forma de produção de conhecimento histórico. A partir de pesquisa de mestrado, examino como elementos ficcionais e documentais representam experiências da população negra no Brasil Imperial, especialmente em São Paulo. A HQ evoca resistência, ancestralidade e luta contra a escravidão, tensionando silenciamentos históricos e iconografias oficiais. Destaco como enquadramentos, contrastes, ritmo visual e silêncios constroem subjetividades negras e uma memória insurgente. Argumento que a obra reinscreve o passado como campo de disputa no presente e afirma a arte como instrumento de crítica histórica, identidade e resistência antirracista.

Biografia do Autor

Bruno Ulanoski dos Passos, UDESC

Doutorando e Mestre (2023-2025) em História pelo curso de Pós-Graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Bolsista no Programa de Bolsas de Monitoria de Pós-graduação PROMOP, atuando na disciplina de Brasil I. Está inserido na Linha de Pesquisa de Linguagens e Identificações. Desenvolve pesquisa sobre a relação das Histórias em Quadrinhos com a História por meio das obras do historiador e quadrinista Marcelo D'Salete. Possui o título de Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2016-2022). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em História da Arte, Histórias em quadrinhos e Brasil Colonial e Imperial. Atualmente é vinculado ao Laboratório de Estudos da Contemporaneidade (LEC/Udesc) e integra o Grupo de Estudos de "História Literatura e Ficção" coordenado pelo Orientador. É membro fundador do GT História do Tempo Presente da seção ANPUH-SC (2024) e ANPUH Nacional(2025). 

Referências

AZEVEDO. Militão Augusto de. Fotografia da Igreja São Francisco e Faculdade de Direito. Fonte: Azevedo/Acervo Instituto Moreira Salles Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Academia_de_Direito_e_Convento_de_S%C3%A3o_Francisco,_SP,_1862.jpg Acesso em: 30 jun. 2025.

RODRIGUES, José Wasth. Cartão Postal da Igreja São Francisco e Faculdade de Direito. Disponível em: https://ieccmemorias.wordpress.com/wp-content/uploads/2021/07/03-igr-s.francisco-e-faculdade-de-direito-sec-18.jpg. Acesso em: 30 jun. 2025.

BARROS, José D'Assunção. HQ-História: As relações da HQ como agente histórico, meio de representação da História e objeto histórico. Antíteses, Londrina, v.16, n. 31, p.397-427, Jan-jun. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5433/1984-3356.2023v16n31p397-427. Acesso em: 30 out. 2025.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em: 30 out. 2025.

BRASIL Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Acesso em: 30 out. 2025.

BRASIL Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC versão final. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf Acesso em: 30 out. 2025.

BRASIL Parâmetros Nacionais Curriculares (PCNs). Introdução. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/33038 Acesso em: 30 out. 2025.

CERRI, Luis Fernando. Ensino de História e consciência histórica. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.

CHICO, Márcia Tavares. Uma proposta de metodologia para a análise de histórias em quadrinhos. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, n. 43, p. 121-131. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v15.n43.3304 Acesso em: 30 out. 2025.

Coleção das leis do Império do Brasil, Tipografia Nacional, 1869, p. 129-30. Disponível em https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/colecao-anual-de-leis/copy_of_colecao6.html Acesso em: 27 jun. 2025.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Nas Fímbrias da Escravidão Urbana: negras de tabuleiro e de ganho. Estudos Econômicos. n.15(nº especial): 1985. p.89-109. Disponível em: https://doi.org/10.11606/1980-535715n4mosd Acesso em: 30 out. 2025.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. Editora Brasiliense. 1995.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12ed. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2006.

FREITAS, Richardson Santos de; PAULA, Lorena Tavarez de. Do gibi a gibiteca: origem e gênese de significados historicamente situados. Biblionline, João Pessoa, v. 19, n. 1, p. 3-19, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4775.2023v19n1.64771 https://doi.org/10.11606/1980-535715n4mosd Acesso em: 30 out. 2025.

GOMES, Ivan Lima. Imaginando uma outra história da resistência negra: entrevista com Marcelo D’Salete. 118 ArtCultura Uberlândia, v. 21, n. 39, p. 117-124, jul.-dez. 2019 Disponível em: https://doi.org/10.14393/artc-v21-n39-2019-52030 Acesso em: 30 out. 2025.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiência do tempo. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2013.

MUDROVCIC, María Inés. The politics of time, the politics of history: who are my contemporaries? Rethinking History, v. 23, n. 4, p. 456–473, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1080/13642529.2019.1677295 Acesso em: 30 out. 2025.

PANOFSKY, Erwin. Significado nas Artes Visuais. São Paulo: Perspectiva, 1996.

SILVA, Fabiana Carneiro da. Luíza Mahin e Luiz Gama: Escravidão e (auto)ficção numa correspondência interceptada. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, n. 28, p. 123-143, jul./dez. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.24261/2183-816x1028 Acesso em: 30 out. 2025.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Fonte

D’SALETE, Marcelo. Mukanda Tiodora. São Paulo: Veneta, 2022.

PC 1492. Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP). A Justiça versus Claro e Pedro, escravos do cônego Fidélis Alves Sigmaringa de Morais. Processo criminal 1.492, de 1868-1872.

Downloads

Publicado

2025-11-17

Como Citar

Passos, B. U. dos. (2025). MUKANDA TIODORA: A VOZ NEGRA EM CONFRONTO COM O MITO DA HARMONIA. Convergências: Estudos Em Humanidades Digitais, 1(9), 63–81. https://doi.org/10.59616/cehd.v1i9.2432

Artigos Semelhantes

<< < 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.