FONTES DIGITAIS: A DIGITALIZAÇÃO DE PROCESSOS-CRIMES E AS MORTES NO PRESÍDIO DO SERROTÃO (1991-2008)

Resumo

O objetivo é apresentarmos a forma com que, ao passo que digitalizamos os processos-crime dos detentos da seção dos falecidos do arquivo carcerário do Presídio do Serrotão, encontramos processos que perfazem uma década, e que demonstram quais são as principais causas das mortes dos detentos nas prisões, onde destacam-se os assassinatos por companheiros de cárcere, enquanto cumpriam pena no regime fechado do presídio. A partir deles, expomos os casos de Anderson Alves Costa, odiado mesmo antes de entrar no presídio, de Adailton Lima, vulgo Guiné, odiado por extorquir e violentar outros detentos, e de Antônio Carlos Sousa, Coiote, esquartejado. Noutro plano, a segunda causa da morte de detentos no presídio é o assassinato nas ruas da cidade de Campina Grande, enquanto os detentos cumpriam o regime semiaberto com trabalho externo, sobre os quais, observamos os processos de Ailton Carnaúba, assassinado dentro do recolhimento obrigatório do presídio, de Antônio Teixeira do Nascimento, vulgo Bodinho, assassinado na Feira Central da cidade, após cumprir vários anos de prisão no regime fechado e semiaberto, e de Ailton José, linchado no bairro onde morava. Obviamente, que em um regime de coletividade de homens com várias idades e, alguns com problemas de saúde, ocorreram mortes naturais, algumas delas como tuberculose, parece uma doença própria da prisão, conforme observado no prontuário de Aelson Ribeiro, ou no de Antônio Balbino de Lima, que no dia da sua chegada, teve um mal súbito e faleceu. Por último, a referência a dois casos pontuais, uma morte por tentativa de fuga, e outra por acidente de trabalho, foi o caso de Adeildo Alves, vulgo Lito, que tirou as algemas e tentou roubar a arma do policial penal e de Antônio Pereira dos Santos, Bagajeiro, que além de alcaguete, transitava do presídio ao lixão da cidade, na caçamba do caminhão de coleta de lixo, até cair de cima do veículo e morrer.