LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS: ANÁLISE INTERSEMIÓTICA DA PROPAGANDA ANTICOMUNISTA E REALISMO CAPITALISTA EM SUPERMAN: RED SON (2003), DE MARK MILLAR, E “SUPERMAN: ENTRE A FOICE E O MARTELO” (2019), DE SAM LUI
Palavras-chave:
Superman, União Soviética, Intersemiótica, AnticomunismoResumo
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a construção discursiva anticomunista a partir de uma análise intersemiótica comparativa da graphic novel Superman: Red Son (2003), de Mark Millar, e a adaptação cinematográfica Superman: Entre a Foice e o Martelo (2019), de Sam Liu. A metodologia utilizada será a Teoria Semiótica Greimasiana, à luz dos estudos de Barros (2005), a modo de investigar os signos, símbolos e imagens utilizados nos corpora para transmitir mensagens anticomunistas. A fundamentação teórica ficará à cargo de Slater (2001), quanto a dinâmica da cultura do consumo na sociedade humana contemporânea; Eagleton (2011), quanto a cultura, e Hall (2016), quanto a representação; acerca do realismo capitalista e os mecanismos de controle por meio do consumo de mídias, serão consideradas as arguições de Bauman (2022), Bucci (2021) e Fisher (2020);. Como resultados, obteve-se que a adaptação de Sam Liu da obra de Mark Millar é fiel nos mecanismos de disseminação das ideias traduzidas em imagens de teor anticomunista, respondendo ao exercício de imaginação coletivo de “e se o Superman tivesse caído na União Soviética e não nos Estados Unidos?”. O Superman enquanto figura emblemática do capitalismo tem a sua imagem subvertida em um ideal comunista sob a ótica capitalista. Como considerações finais, apontamos que a representação do Superman como uma arma letal de natureza messiânica, manipulada pelo Estado, demonstra-se enviesada e inverossímil, considerando que, canonicamente, o Superman favorece belicamente os EUA em diversos conflitos entre nações e é movido pela ideologia liberal-econômica enquanto é alegoria para o poder e imensidão estadunidense, o que fornece a compreensão de que com maior agilidade, os EUA dominariam uma força da natureza como o Superman, onde os autores trabalham em prol da elaboração de uma narrativa que trate de uma representação caricata da União Soviética.
Referências
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto. 4. ed. São Paulo: Editora Ática, 2005.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. São Paulo: Zahar, 2022.
BUCCI, Eugênio. A Superindústria do Imaginário. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo?. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.
LÊNIN, Vladmir Ilitch. Democracia e Luta de Classes. São Paulo: Boitempo, 2019.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2011.
HALL, Stuart. Cultura e Representação. Rio de Janeiro: ED. PUC-Rio: Apicuraí, 2016.
MILLAR, Mark; JOHNSON, Dave; PLUNKETT, Killian. Superman – Red Son. New York: DC Comics, 2014.
MARX, Karl Friedrich. O Capital. São Paulo: Boitempo, 2017.
SLATER, Don. Cultura do Consumo e Modernidade. São Paulo: Editora Nobel, 2001.