Avaliação dos limites de detecção dos testes qualitativos oficiais de redutores de acidez em leite
Palavras-chave:
Qualidade do leite, Limite de Detecção, Redutores de AcidezResumo
O leite é um alimento importante para os seres humanos e os seus padrões de qualidade devem ser rigorosamente controlados para garantir o consumo saudável dele. De acordo com o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), é proibida a adição de substâncias redutoras de acidez como bicarbonato de sódio e hidróxido de sódio, pois mascaram a má qualidade do produto. Neste trabalho, foram avaliados os limites de detecção (LD) dos métodos oficiais de análise para esses redutores de acidez. As metodologias oficiais de análises qualitativas utilizadas, para verificar a presença dessas substâncias, foram empregadas para se verificar até que ponto elas realmente são capazes de apontar a fraude. Foram realizadas três repetições com leite coletado em três semanas. Em cada repetição, realizaram-se as análises em triplicata. A essas alíquotas foram adicionadas, individualmente, uma entre oito diferentes concentrações de cada substância avaliada. Os resultados apontaram que essas metodologias são capazes de detectar a adição de hidróxido de sódio na concentração de 0,02% (m/v) e bicarbonato de sódio 0,05% (m/v). Quanto menor o limite detectado, mais adequado o método utilizado para avaliação da presença de adulterante. A indústria de lacticínios e os orgãos responsáveis por assegurarem a qualidade desses produtos devem realizar trabalhos mais constantes de conscientização de toda a cadeia produtiva além de propor análises e pesquisas mais frequentes para detectar esses e outros contaminantes, intencionais ou presentes de forma acidental.
Referências
ABRANTES, M. R.; CAMPÊLO, C. S.; SILVA, J. B. A. Fraude em leite: Métodos de detecção e implicações para o consumidor. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 73 (3): 244-251, 2014.
BRASIL. Instrução normativa n° 62 de 29 de dezembro de 2011. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial [da] União, Brasília, 29 dez. 2011.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Deflagrada fraude em leite em Santa Catarina. 2014.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 68, de 12 de dezembro de 2006. Métodos analíticos oficiais físico-químicos para controle de leite e Produtos lácteos. Departamento de Inspeção de Produto de Origem Animal. Brasília-DF. 2006.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – R.I.I.S.P.O.A. Aprovado pelo decreto n 30691 de 29 de março de 1952, alterado pelo Decreto 1255 de 25 de junho de 1962. Alterado pelo Decreto 2244 de 04/06/1997. Brasília-DF. 1997.
CASSOLI, L. D.; SARTORI, B.; ZAMPAR, A.; MACHADO, P. F. Anassessment of Fourier Transform Infrared spectroscopy to identify adulterated raw milk in Brazil. International Journal of Dairy Technology, v. 64, n. 4, p. 480-485, 2011.
COITINHO, T. B. Aplicação da espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier no monitoramento de adulterantes em leite cru. 2017. 62 f. Tese (Doutorado) - Curso de Zootecnia, Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, 2017.
DA SILVA, L. C. C. Capacidade de detecção de adulterações e suficiência das provas oficiais para assegurar a qualidade do leite pasteurizado. 2013. Tese (doutorado em Ciência Animal) Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR. 2013.
FIRMINO, F. C. et al. Detecção de fraudes em leite cru dos tanques de expansão da região de rio Pomba, Minas Gerais. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 65, n.376, p. 5-11, set. out., 2010.
GLOBO RURAL. Ministério Público do RS detecta mais fraudes no leite e prende três. 2014. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Leite/noticia/2014/05/ministerio-publico-do-rs-detecta-mais-fraudes-no-leite-e-prende-tres.html. Acesso em 17 de junho de 2020.
INMETRO. Orientações sobre Validação de Métodos de Ensaios Químicos. Brasil, 2003.
KARTHEEK, M.; SMITH, A. A.; MUTHU, A. K.; MANAVALAN, R. Determination of Adulterants in Food: A Review. Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, v. 3, n. 2, p. 629-636, 2011.
MAREZE, J. et al. Detecção de adulterações do leite pasteurizado por meio de provas oficiais: Detection of pasteurized milk adulteration through official methods. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 36, n. 1, p.283-290, 2015.
MARTINS, M. E. P. et al. Qualidade de leite cru produzido e armazenado em tanques de expansão no estado de Goiás. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 4, p. 1152-1158, 2008.
MENDES, C. de G. et al. Análises Físico-Químicas e Pesquisa de Fraude no Leite Informal Comercializado no município DE Mossoró, RN. Ciências Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 2, p.349-356, 2010.
MOORE, J. C.; SPINK, J.; LIPP, M. Development and Application of a Database of Food Ingredient Frau and Economically Motivated Adulteration from 1980 to 2010. Journal of Food Science, Chicago, v. 77, n. 4, p. 118-126, 2012.
MOTTA, R. G.; et al. Indicadores de qualidade e composição de leite informal comercializado na região Sudeste do Estado de São Paulo. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.35, n.5, p.417-423, 2015.
MUEHLHOFF, E.; BENNETT, A.; McMAHON, D. Milk and dairy products in human nutrition. Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), 2013.
OLIVEIRA, E. N. A. de; SANTOS, D. da C. Avaliação da qualidade físico-química de leites pasteurizados. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 71, n. 1, p.193-197, 2012.
ROSA-CAMPOS, A. A., ROCHA, J. E. S.; BORO, L. A.; MENDONÇA, M. A. Avaliação físico-química e pesquisa de fraudes em leite pasteurizado integral tipo C produzido na região de Brasília, Distrito Federal. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, n. 379, v.66, p.30:34, 2011.
SILVA, A. C. O.; HOOD, C.; SILVA, F. E. R.; MÁRSICO, E. T. Detecção de fraudes em leite beneficiado e verificação dos métodos analíticos para análise de leite fluido. Encontro de iniciação à científica. Prêmio UFF Vasconcelos. Universidade Federal Fluminense. Niteroi, 2010.
SILVA, L. C. C. et al. Preservatives and neutralizing substances in milk: analytical sensitivity of official specific and nonspecific tests, microbial inhibition effect, and residue persistence in milk. Ciência Rural, Santa Maria, v. 45, n. 9,p.1613-1618, 2015.
SOUSA, F.; SILVA, L.; SOUSA, E.; SILVA, J.; FEITOSA, M. Análises físico químicas e pesquisa de fraudes em leite pasteurizado tipo C. Caderno verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.1, n.1, 2011.
SOUZA, A. H. P. de. et al. Avaliação Físico-Química do leite UHT e pasteurizado comercializado na cidade de Londrina- PR. Revista brasileira de pesquisa em alimentos, v. 1, n. 1, p. 39-42, 2010.
SPIGLIATTI, S. PF prende 25 por fraude em leite longa vida. 2007.
TRONCO, V. M. Manual para inspeção da qualidade do leite. Santa Maria: Editora UFSM, 2008.
WANDERLEY, C. H. et al. Avaliação da Sensibilidade de Métodos Analíticos Para Verificar Fraude em Leite Fluido. Revista de Ciências da Vida, RJ, EDUR, v. 33, n. 1, jan. / jun., p. 54-63, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
