A Ciência na Sciencia:

homeopatia versus alopatia no periódico brasileiro oitocentista (1847–1848)

Autores

  • Karla Rodrigues Mota Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)
  • Suzana Lopes de Albuquerque Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)

Palavras-chave:

Fonte Impressa, Teoria Vital, Império brasileiro

Resumo

A presente proposta insere-se no campo da história do conhecimento científico e tem por objetivo compreender quais concepções acerca das ciências estavam presentes no cenário brasileiro do século XIX, principalmente no campo da medicina alopata e da homeopatia. Para tanto, optou-se por utilizar como fonte de pesquisa o periódico Sciencia, cuja circulação se iniciou em 1847 com o intuito de divulgar a homeopatia à elite intelectual do Rio de Janeiro, capital do império. Os autores de tal publicação fizeram uso de inúmeros conceitos científicos para embasar a permanente defesa da homeopatia como nova ciência médica. Almejando o livre ensino da medicina homeopática, defendiam a Teoria Vital ou Vitalismo, vislumbrando a igualdade das inteligências e, portanto, a igualdade na condição de cura pelos “semelhantes”. Essa discussão fundamenta-se na análise de impressos com base principalmente no trabalho de Luchese (2014) e na obra de autores que, como Luz (2013), tratam do cenário da medicina imperial brasileira.  Essa análise permitiu vislumbrar que o período imperial oitocentista brasileiro esteve permeado de disputas no campo da constituição das ciências em suas diferentes concepções políticas, filosóficas e educacionais.

Biografia do Autor

Karla Rodrigues Mota, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) na linha Movimentos Sociais, Política e Educação Popular. Mestra em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, com pesquisa financiada pela FAPEG. Possui graduação em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (2017) e graduação em Química Industrial pela Universidade Estadual de Goiás (2012). Atualmente é professora da Educação Básica - Secretaria de Estado de Educação do Estado do Mato Grosso (SEDUC-MT) atuando na modalidade de Educação do Campo. Tem experiência na área de Educação atuando principalmente nos seguintes temas: trabalho-educação, formação para o trabalho, cultura do trabalho, saberes tradicionais, educação não escolar e comunidades tradicionais. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação - GEPTE (UFMT) e membro da Comunidade de Práticas dos Saberes Tradicionais (IdeiaSUS/FIOCRUZ).

Suzana Lopes de Albuquerque, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2006), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL (2013), Doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo - USP (2019), na linha de pesquisa História da Educação e Historiografia e Pós Doutorado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2022). É Professora da área de Educação no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, no câmpus Goiânia Oeste com projeto de pesquisa e extensão cadastrados. É docente no Programa de Mestrado em Educação do IFG, câmpus Goiânia.Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História e Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Formação e profissionalização docente, concepção de infância, métodos de ensino e aprendizagem. Atualmente é sócia da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e sócia da Associação Brasileira de Alfabetização (ABALF). É membro do Grupo de Estudos e Pesquisas História e historiografia das ideias e dos intelectuais da educação (USP) e do Núcleo de Estudos de Filosofias e Infância (NEFI - UERJ). É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Panecástica - Homem, Trabalho e Educação Profissional Tecnológica (IFG). Site: http://pesquisa.ifg.edu.br/panecastica/ Instagram: @panecasticaifg

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Fontes Documentais

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SCIENCIA, Revista do Instituto Homeopático do Brasil, Rio de Janeiro, 1848. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=

&pesq> Acessado em: 23 mai. 2017.

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Publicado

28.12.2018

Como Citar

Rodrigues Mota, K., & Lopes de Albuquerque, S. (2018). A Ciência na Sciencia:: homeopatia versus alopatia no periódico brasileiro oitocentista (1847–1848). Revista Tecnia, 3(2), 68–89. Recuperado de https://periodicos.ifg.edu.br/tecnia/article/view/913

Edição

Seção

Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde