Intenção de consumo de produtos alimentícios incorporados com insetos

Authors

  • Fábio Santos da Silva Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Louranne Rodrigues Neri Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Miriam Fontes Araujo Silveira Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Adriana Régia Marques de Souza Universidade Federal de Goiás (UFG)

Keywords:

Alimento, Entomofagia, Proteína

Abstract

A entomofagia é definida como o consumo de inseto por seres humanos e teve seu início na era paleolítica. Estudos mostram que os insetos, aptos para o consumo humano, podem chegar a oferecer o dobro ou triplo de proteína (>40%) ao compará-los às fontes tradicionais, como as de origem animal. Tendo em vista essas informações sobre os insetos, o objetivo do trabalho foi avaliar a aceitação e intenção de consumo de produtos alimentícios incorporados com insetos. Foi realizada uma pesquisa de mercado em formulário no formato online, a partir do Google Formulários e, posteriormente, compartilhado em grupos de rede social (Facebook) e aplicativo de mensagens (WhatsApp), na qual foram obtidas respostas de todas as regiões do Brasil. Dentre os 1430 entrevistados, apenas 11% declararam conhecimento sobre a entomofagia. Entre os participantes, cerca de 46,8% das mulheres não consumiriam o inseto em forma integral. Já para os homens, esse percentual cai para 20,2%, mostrando que os homens estão “mais abertos” ao consumo. Ao avaliar o consumo de alimentos (pães, biscoitos etc.) produzidos com farinha de inseto, observou-se que 78,6% das mulheres e 55,9% dos homens consumiriam alimentos industrializados. O estudo mostrou que o público está mais receptível a produtos desenvolvidos industrialmente com a incorporação da farinha de inseto. Assim, considerando o avanço industrial em diversas partes do mundo, a tendência é que o preconceito fique para trás e novos produtos sejam desenvolvidos.

Author Biographies

Fábio Santos da Silva, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Graduado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Louranne Rodrigues Neri, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Graduanda em Engenharia de Alimentos, pela Universidade Federal de Goiás - UFG. Participou como membro bolsista do Programa de Educação Tutorial da Engenharia de Alimentos (2017 - 2019).

Miriam Fontes Araujo Silveira, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Professora Titular da Universidade Federal de Goiás (UFG). Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (1980), Mestrado (1984) e Doutorado (2005) em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFV. Pós-doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos (2008). Vencedora do prêmio CAPES de tese 2005 na área de Ciência de Alimentos com a tese intitulada "Filme Antimicrobiano de Acetato de Celulose Incorporado com Ácido Sórbico na Conservação de Massa de Pastel". Coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da UFG durante os períodos de 2005 a 2007 e de 2011 a 2013. Cotutora do grupo PET Engenharia de Alimentos da UFG. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Embalagens de Produtos Alimentares, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento, embalagem ativa e conservação.

Adriana Régia Marques de Souza, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2000), mestrado em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (2003) e doutorado em Energia na Agricultura e Meio Ambiente pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (2007). Professor Associado IV da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Ciência e Tecnologia de Alimentos, atuando principalmente nos seguintes temas: irradiação de alimentos, cinética e métodos de conservação de alimentos. Foi Sub Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFG (2011 a 2013), Sub Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFT (2013 a 2015), Coordenadora do Curso da Engenharia de Alimentos da UFG (2015 a 2017), desde de 2016 é Tutora do grupo PET Engenharia de Alimentos, atualmente é Pró Reitoria Adjunta de Extensão e Cultura e Diretora de Extensão da UFG.

References

ACT. Quase metade dos brasileiros não lê rótulos de alimentos. 2017. Disponível em: <http://actbr.org.br/post/quase-metade-dos-brasileiros-nao-le-rotulos-de-alimentos/16072/>. Acesso em: 20 out. 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária: Queremos rótulos que ajudem o consumidor a comer bem. 2017. Disponível em: <http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=node/7460>. Acesso em: 20 set. 2019.

CARDOSO, S. A. E. Utilização de insetos na alimentação humana e animal. 2016. 79f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Campus Lisboa, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2016.

CHEUNG, T. L.; MORAES, M. S. Inovação no setor de alimentos: insetos para consumo humano. Interações: revista internacional de desenvolvimento local, v. 17, n. 3, p. 503-515, 2016.

CONEXÃO PLANETA. Pão com farinha de grilo: vai uma fatia? 2018. Disponível em: <http://conexaoplaneta.com.br/blog/pao-com-farinha-de-grilo-vai-uma-fatia/>. Acesso em: 14 abr. 2019.

CORREIO BRAZILIENSE. Indigesto? Setor de insetos comestíveis ganha mercado. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/05/31/internas_economia,758940/indigesto-setor-de-insetos-comestiveis-ganha-mercado.shtml>. Acesso em: 20 out. 2019.

COSTA NETO, E. M. Insetos como fontes de alimento para o homem: valoração de recursos considerados repugnantes. Interciência, v. 28, n. 3, p.136-140, 2003.

CRA2YSCI. Carne alternativa - coma insetos para salvar a terra. 2016. Disponível em: <http://www.cra2ysci.com/2016/08/insects.html>. Acesso em: 12 abr. 2019.

EATON S. B.; KONNER, M. Paleolithic Nutrition: A consideration of its nature and current implications. New England Journal of Medicine, v. 312,

n. 5, p. 283-9, 1985.

FAO. A Contribuição dos Insetos para a Segurança Alimentar, Subsistência e Meio Ambiente. 2015. Disponível em: <http://www.fao.org/documents/card/en/c/7f94e9b2-9479-4c04-8dc6-5dcfeb8199e3/>. Acesso em: 20 jun. 2019.

FAO. Edible insects Future prospects for food and feed security. Food and Agricultural Organization of the United Nations. 2013. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/018/i3253e/i3253e01.pdf>. Acesso em:

abr. 2019.

HAMERMANMM, E. J. Cooking and disgust sensitivity influence preference for attending insect-based food events. Appetite, v. 96, p. 319-326, 2016.

INSTITUTO DATA POPULAR. Mulheres decidem compras da família. 2013. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/03/1241880-mulheres-decidem-compras-da-familia-diz-pesquisa.shtml>. Acesso em: 16 out. 2019.

KOUŘIMSKÁ, L.; ADÁMKOVÁ, A. Nutritional and sensory quality of edible insects. NFS Journal, v. 4, n. 1, p. 22–26, 2016.

LOPES, E. M.; LOS SANTOS, M. P.; NUNES, M.; KAISER, M.; FURTADO, F. Rótulos presentes em alimentos industrializados. In: CONGREGA MIC,1; 2016, Rio Grande do Sul. Anais... Rio Grande do Sul: URCAMP, 2016, p. 1.

MICROSOFT. Microsoft Excel. 2016. Disponível em: <https://products.office.com/pt-br/excel>. Acesso em: 28 abr. 2019.

MORAES, B.; FERNANDES, L. O promissor mercado de insetos comestíveis. 2018. Disponível em: <http://www.comciencia.br/putz-grila-insetos-na-comida/>. Acessado em: 20 de jun de 2019.

NORTH COUNTRY PUBLIC RADIO. Comida de rua não mais: lanches de insetos mudam para prateleiras de lojas na Tailândia. 2015. Disponível em: <https://www.northcountrypublicradio.org/news/npr/394849989/street-food-no-more-bug-snacks-move-to-store-shelves-in-thailand>. Acesso em: 12 abr. 2019.

OLIVEIRA, L. L.; BOCCHINI, M. O. Legibilidade visual para informação nutricional em rótulos de alimentos. Blucher Design Proceedings, v. 2, n. 2, p. 1-10, 2015.

PET. Insetos Comestíveis: Os Alimentos do Futuro. 2019. Disponível em: <https://pet.agro.ufg.br/n/115919-insetos-comestiveis-os-alimentos-do-futuro>. Acesso em: 21 out. 2019.

ROMEIRO, E. T.; OLIVEIRA, I. D.; CARVALHO, E. F. Insetos como alternativa alimentar. Contextos da Alimentação–Revista de Comportamento, Cultura e Sociedade, v. 4, n. 1, 2015.

SILVA, F. S.; PEREIRA, T. C. O.; CARMO, Y. A. R.; DE SOUZA, A. R. M. Análise de mercado de rótulos alimentícios por consumidores de Goiânia. DESAFIOS - Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins, v. 6, n. Especial, p. 71-78, 2019.

SOCIEDADE VEGANA. Veganismo. 2011. Disponível em: <http://sociedadevegana.org/textos-fundamentais/veganismo/>. Acesso em: 09 jun.2019.

SOCIEDADE VEGANA. Mercado Vegetariano. 2019. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2019.

SPIELGEL. Metro verkauftMehlwurm-Nudeln. 2018. Disponível em: <https://www.spiegel.de/wirtschaft/unternehmen/insekten-als-lebensmittel-metro-verkauft-mehlwurm-nudeln-a-1196236.html>. Acesso em: 12 abr. 2019.

SUTTON, M. Q. Archaeological aspects of insect use. Journal of Archaeological Method and Theory, v. 2, n. 3, p. 253-298, 1995.

TUNES, S. Insetos comestíveis. Revista Pesquisa FAPESP. n. 290, abril, p. 60-67. 2020

Published

2021-06-30

How to Cite

Santos da Silva, F., Rodrigues Neri, L., Fontes Araujo Silveira, M., & Régia Marques de Souza, A. (2021). Intenção de consumo de produtos alimentícios incorporados com insetos. Revista Tecnia, 6(1), 18–33. Retrieved from https://periodicos.ifg.edu.br/tecnia/article/view/1005

Issue

Section

Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde