O LUGAR DADO ÀS MÁQUINAS NA RELAÇÃO COM HUMANOS E ANIMAIS
DOI:
https://doi.org/10.59616/cehd.v1i2.196Palavras-chave:
Cosmopolítica, Pós-humanismo, Antropoceno, Ontologia MaquínicaResumo
O presente ensaio busca discutir se é possível atribuir um estatuto ontológico às máquinas a partir dos principais argumentos utilizados para caracterizar e diferenciar humanos de animais e máquinas, refletindo sobre a estruturação dos critérios que vão estabelecer as distinções entre esses agentes como o elemento distribuidor dos atributos ontológicos. Tais formulações acerca das pós-humanidades partem de um problema comum, o Antropoceno, enquanto cenário que exige e mobiliza diferentes respostas teóricas ao conceito de humanidade e política, ensejando a partir desse problema político uma redefinição das partes envolvidas neles – máquinas, humanos e animais. Neste espaço em que figuram teorias acerca do estatuto do humano, tanto numa perspectiva cosmopolítica, múltiespécie, como também numa perspectiva aceleracionista e neorracionalista, as proposições cosmopolíticas apresentam fundamentos para que se investigue as condições de existência das máquinas.
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