O LUGAR DADO ÀS MÁQUINAS NA RELAÇÃO COM HUMANOS E ANIMAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59616/cehd.v1i2.196

Palavras-chave:

Cosmopolítica, Pós-humanismo, Antropoceno, Ontologia Maquínica

Resumo

O presente ensaio busca discutir se é possível atribuir um estatuto ontológico às máquinas a partir dos principais argumentos utilizados para caracterizar e diferenciar humanos de animais e máquinas, refletindo sobre a estruturação dos critérios que vão estabelecer as distinções entre esses agentes como o elemento distribuidor dos atributos ontológicos. Tais formulações acerca das pós-humanidades partem de um problema comum, o Antropoceno, enquanto cenário que exige e mobiliza diferentes respostas teóricas ao conceito de humanidade e política, ensejando a partir desse problema político uma redefinição das partes envolvidas neles – máquinas, humanos e animais. Neste espaço em que figuram teorias acerca do estatuto do humano, tanto numa perspectiva cosmopolítica, múltiespécie, como também numa perspectiva aceleracionista e neorracionalista, as proposições cosmopolíticas apresentam fundamentos para que se investigue as condições de existência das máquinas.

Biografia do Autor

Alex Rosa, PUC-RS

É graduado em direito, filosofia e sociologia, mestre em direitos humanos pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e doutorando em Filosofia pela Pontífice Universidade Católica (PUC-RS) - Bolsista Capes. Membro do grupo "Guattari, leitor de Lacan". Foi professor e coordenador do curso pré-vestibular comunitário Navegar, hoje atua como professor de Filosofia em unidades prisionais e ensino regular. Estuda, dentre outros temas, cosmopolíticas, esquizoanálise e filosofia da ciência.

Referências

ARISTÓTELES. Política. Vega, 1998.

CRUTZEN, Paul J.; EUGENE F, Stoermer. The “Anthropocene.” Global Change Newsletter (41): 17–18, 2000.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo. São Paulo: 34, 2017.

FAUSTO, Juliana. A cosmopolítica dos animais. São Paulo: N-1 editora, 2020.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FISHER, Mark. Realism Capitalism. NY: Zero Books, 2011.

GUATTARI, Félix. The Machinic Unconscious. Semiotext, 2011.

GUATTARI, Félix. Caosmose. São Paulo: editora 34, 2019.

GUATTARI, Félix. As três ecologias. Papirus, 2020.

HARAWAY, Donna. Manifesto das Espécies Companheiras. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2021.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In:TADEU, Tomaz (Org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009, 2. Ed.

HARAWAY, Donna. When speeces meet. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2008.

HARAWAY, Donna. Staying with trouble. Duke University Press, 2016.

HUI, Yuk. Tecnodiversidade. São Paulo, Ubu editora, 2020.

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2020.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: companhia das letras, 2015.

LATOUR, Bruno. Jamais Fomos Modernos. São Paulo: editora 34, 2019.

LATOUR, Bruno.Diante de Gaia: Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Trad. de Ma-ryalua Meyer. Rio de Janeiro: Ubu Editora, 2020

LAND, Nick. Fanged Noumena. Falmouth/New York: Urbanomic/Sequence Press, 2012.

MOORE, Jason M. Anthropocene or Capitalocene? Nature, history and crises of the Capitalism. NY: PM impress, 2016.

STENGERS, Isabelle. Cosmopolitics. London: University Of Minnesota Press, 2010.

STRATHERN, Marilyn. O efeito etnográfico. São Paulo: Ubu, 2017.

SILVA E SILVA, Fernando. Filosofia em um planeta ferido. Tese de Doutorado, PUC-RS, 2022.

TSING, Anna Lowenhaupt. The Mushroom at the End of the World: On the Possibility of Life in Capitalist Ruins. Princeton University Press, 2015.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas Canibais. São Paulo: Ubu editora, N-1 editora, 2018.

VIVEIROS DE CASTRO, A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo: Ubu editora, 2020.

WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Ubu, 2020.

WARK, M. Capital is dead. London: Verso, 2019.

Downloads

Publicado

2023-09-10

Como Citar

Rosa, A. (2023). O LUGAR DADO ÀS MÁQUINAS NA RELAÇÃO COM HUMANOS E ANIMAIS. Convergências: Estudos Em Humanidades Digitais, 1(02), 381–401. https://doi.org/10.59616/cehd.v1i2.196