IMAGENS SINTÉTICAS E NARRATIVAS JORNALÍSTICAS
O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO “FANTÁSTICO”
DOI:
10.59616/cehd.v3i9.2723Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Jornalismo Audiovisual, Representação, Cultura DigitalResumo
O uso de imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) no telejornalismo destaca uma nova etapa na construção das notícias. Este artigo investiga o uso de imagens geradas por IA em reportagens do programa “Fantástico” (TV Globo), analisando suas funções narrativa, estética e simbólica. A questão central é em que medida tais imagens contribuem para a construção de sentidos nas narrativas jornalísticas e quais implicações éticas envolvem seu uso. Com base em estudo de caso múltiplo de quatro reportagens exibidas entre 2023 e 2025, a metodologia adota análise qualitativa fundamentada em seis categorias analíticas. Os resultados empíricos indicam que as imagens sintéticas cumprem funções diversas, como de reconstrução histórica à proteção de identidade, além de representações conceituais e simbólicas. Observou-se que tais imagens, quando utilizadas com transparência editorial, reforçam a narrativa jornalística, ampliam o engajamento e estimulam a reflexão ética e estética sobre o papel da tecnologia na mediação da realidade.
Referências
ABE, L. K. O processo de criação do telejornal Fantástico nas matérias com enfoque em personagens. 2016. 118 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/19108/2/Luciano%20Koji%20Abe.pdf. Acesso em: 30 jun. 2025.
ABRAMO, C. A regra do jogo. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
BARTHES, R. A câmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BERGER, J. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
BERTI, O. M. de C. ChatGPT: evolução ou fim do jornalismo? Teresina: EdUESPI, 2023.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2016.
CHESNEY, R; CITRON, D. K. Deep fakes: a looming challenge for privacy, democracy, and national security. California Law Review, Berkeley, v. 107, n. 6, p. 1753–1819, 2019. DOI: 10.2139/ssrn.3213954. Disponível em: https://scholarship.law.bu.edu/faculty_scholarship/640/. Acesso em: 30 jun. 2025.
DUBOIS, P. O ato fotográfico. Campinas: Papirus, 1993.
FERREIRA, A. P. O fenômeno da deep fake no contexto eleitoral e seus efeitos no Estado Democrático de Direito. Revista do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, São Paulo, v. 31, n. 372, p. 85–102, 2023. Disponível em: https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/boletim_1993/article/view/1573. Acesso em: 4 nov. 2025.
FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1985.
GABRIEL, M. Inteligência artificial: do zero ao metaverso. Barueri: Atlas, 2022.
G1. Princípios editoriais do Grupo Globo. Disponível em: https://g1.globo.com/principios-editoriais-do-grupo-globo.html. Acesso em: 27 jul. 2025.
KARAM, F. J. C. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo: Summus, 2014.
LEVINSON, P. New new media. Boston: Pearson, 2013.
LUNDBERG, E. The potential effects of deepfakes on news media and digital society. AI & Society, [S.l.], v. 39, n. 2, p. 405–420, 2024. Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s00146-024-02072-1.pdf. Acesso em: 30 jun. 2025.
MAIA, B. Tipos de aprendizado de máquina. Disponível em: https://beatrizmaiads.medium.com/tipos-de-aprendizado-de-m%C3%A1quina-3-9a9052173bc4. Acesso em: 27 jul. 2025.
MANOLITO N. Redes neurais artificiais. Disponível em: https://www.monolitonimbus.com.br/redes-neurais-artificiais/. Acesso em: 27 jul. 2025.
MAUAD, A. M. Na mira do olhar: um exercício de análise da fotografia nas revistas ilustradas cariocas, na primeira metade do século XX. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 133–174, jun. 2005. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/5417/6947. Acesso em: 1 jul. 2025.
MEDEIROS, F. N. da S. et al. Ciência e tecnologia em um programa de infotainment: uma análise de conteúdo da cobertura do Fantástico. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 36, n. 1, 2013. Disponível em: https://www.revistas.intercom.org.br/index.php/revistaintercom/article/view/1671. Acesso em: 30 jun. 2025.
MORAES, H. J. P. Informação e espetáculo: análise dos gêneros jornalísticos exibidos no programa Fantástico. Vozes & Diálogo, Itajaí, v. 11, n. 1, p. 42–54, jan./jun. 2012. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/vd/article/view/3175/2361. Acesso em: 30 jun. 2025.
OLIVEIRA, E. C. da S. de. IA e novas mediações: formação crítica de estudantes de jornalismo. Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 16, n. 2, p. 45–61, 2024. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/13224. Acesso em: 4 nov. 2025.
REGIS, F. Nós, ciborgues: tecnologias de informação e subjetividade homem-máquina. Curitiba: PUCPRess – Editora Universitária Champagnat, 2012.
REIS, M. A. et al. Subjetividade e inteligência artificial no telejornalismo a partir da análise dos avatares das telas. In: MELLO, Edna et al. (org.). As inteligências do telejornalismo. Florianópolis: Insular, 2024. cap. 11, p. 221–244. Disponível em: https://insular.com.br/produto/as-inteligencias-do-telejornalismo-2/. Acesso em: 30 jun. 2025.
ROCHA, E.; AUCAR, B. Fantástico, o show da vida: televisão, convergência e consumo. ALCEU, Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, p. 43–60, jan./jun. 2011. Disponível em: https://revistaalceu-acervo.com.puc-rio.br/media/Artigo3%20Everardo%20Rocha%20e%20Bruna%20Aucar%20-%20pp%2043-60.pdf. Acesso em: 30 jun. 2025.
REUTERS INSTITUTE. Digital News Report 2024. Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism, 2024. Disponível em: https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/digital-news-report/2024. Acesso em: 4 nov. 2025.
ROUILLÉ, A. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009.
SÁ MARTINO, L. M. Teorias das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2015.
SANTAELLA, L. As irmãs siamesas fake news e pós-verdade expandidas nas deepfakes. TECCOGS: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, São Paulo, n. 24, p. 5–25, 2021. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/teccogs/article/view/55973. Acesso em: 4 nov. 2025.
SONTAG, S. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
VACCARI, C.; CHADWICK, A. Deepfakes and disinformation: exploring the impact of synthetic political video on deception, uncertainty, and trust in news. Social Media + Society, London, v. 6, n. 1, p. 1–13, 2020. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/reader/10.1177/2056305120903408. Acesso em: 30 jun. 2025.
VON ZUBEN, F. Deep learning: redes neurais adversárias generativas. Disponível em: https://www.dca.fee.unicamp.br/~vonzuben/courses/ia353_1s20/topico8_P7_IA353_1s2020.pdf. Acesso em: 27 jul. 2025.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. Tradução: Cristhian Matheus Herrera. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Downloads
Publicado
Métricas
Visualizações do artigo: 1 pdf downloads: 1