BASES DE DADOS E HISTORIOGRAFIA ATLÂNTICA

UMA LEITURA A PARTIR DOS REPOSITÓRIOS BRASILHIS DATABASE E SLAVE VOYAGES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59616/cehd.v2i9.2753

Palavras-chave:

TICs, História Atlântica, Base de Dados

Resumo

Nas últimas décadas, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformaram significativamente a forma como produzimos e acessamos o conhecimento histórico. A digitalização de acervos e a criação de plataformas especializadas tornaram-se recursos importantes para a pesquisa em História. Nessa pesquisa, buscamos refletir sobre o uso das bases de dados digitais na pesquisa histórica, com ênfase na História do Atlântico,  particularmente no período da União Ibérica (1580–1640), analisando dois repositórios de destaque: a Brasilhis Database e o Slave Voyages. A Brasilhis reúne informações sobre a América Portuguesa durante a monarquia dos Habsburgo (1580–1640), mapeando os trânsitos de indivíduos entre os territórios da América, e evidenciando as redes políticas, comerciais e religiosas do período. Já o Slave Voyages compila dados sobre o tráfico atlântico de africanos escravizados, permitindo o acesso a registros sobre o trânsito de mais de 12 milhões de pessoas envolvidas nesse processo. O objetivo é compreender como essas bases, ao organizar e cruzar dados sobre mobilidades e conexões atlânticas, contribuem para renovar a pesquisa histórica.

Biografia do Autor

Ana Luiza Baldin Fidelis, Universidade Federal do Paraná

Mestranda em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduada com laúrea acadêmica em História pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), e tecnóloga em Investigação Forense e Perícia Criminal pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). Foi bolsista IC-UNILA pelo projeto História, Memória e Literatura em Paulina Chiziane: política, gênero e relações familiares (Moçambique, 1960-2000) (2023-2024), bolsista IC-CNPq através do projeto Domínio, soberania e império: as origens ibero-atlânticas da modernidade e do Ocidente (2023). Suas pesquisas são norteadas por temáticas relacionadas a História da África, intersecções entre a História, Literatura e Política, Produções Literárias em Contexto Pós-Independência, e Literaturas Africanas Femininas.

Jose Alexandre Bail Kazienko, Universidade Federal do Paraná

Mestrando em História na Universidade Federal do Parana (PPGHIS/UFPR) na linha de pesquisa História, Memória e Narrativa (AMENA). Licenciado em História pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Foi bolsista de Iniciação Científica (IC-CNPq) no projeto de pesquisa "Domínio, soberania e império: as origens ibero-atlânticas da modernidade e do Ocidente", desenvolvendo os planos de trabalho "Ameríndios, africanos e afro-americanos no Dicionário Brasilhis" (2022-2023) e "Inquirição de Testemunhas: o Santo Ofício na África Centro-Ocidental (1596-1598): estudo e publicação" (2023-2024). Seus interesses de pesquisa incluem História Cultural, História da Cartografia, Colonização das Américas, com enfoque na macro regiao platina.

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Publicado

2025-11-21

Como Citar

Fidelis, A. L. B., & Kazienko, J. A. B. (2025). BASES DE DADOS E HISTORIOGRAFIA ATLÂNTICA: UMA LEITURA A PARTIR DOS REPOSITÓRIOS BRASILHIS DATABASE E SLAVE VOYAGES. Convergências: Estudos Em Humanidades Digitais, 2(9), 16–35. https://doi.org/10.59616/cehd.v2i9.2753

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