ANTROPOFAGIA AFETIVA: A COLONIZAÇÃO DOS AFETOS COMPLEXOS
DOI:
https://doi.org/10.59616/cehd.v1i4.957Palavras-chave:
Mídias Sociais, Algoritmos, Colonialismo de dados, Fotografia, AfetoResumo
A crise pandêmica da covid-19 evidenciou não só uma vida desterritorializada, conforme Pierre Lévy entende o processo de virtualização de sujeitos e objetos, mas também revelou um fenômeno identificado como antropofagia afetiva. As experiências virtuais nas mídias sociais projetam esse fenômeno a partir da configuração perceptiva e afetiva do usuário através da mediação algorítmica. Experiências regidas por uma espécie de atualização da estética colonialista por meio do extrativismo de dados, nomeada por Nick Couldry e Ulises Mejias de data colonialism, responsável por colonizar os afetos manifestados no espaço virtual. Esta pesquisa busca investigar a atuação dos afetos na experiência estética algoritmicamente gerenciada na plataforma Instagram e a possibilidade de descolonizar esses afetos a partir da experiência fotográfica mediada por algoritmos. Uma proposta ancorada na Teoria dos Afetos de Silvan Tomkins, tanto como suporte teórico quanto referencial metodológico.
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