ANTROPOFAGIA AFETIVA: A COLONIZAÇÃO DOS AFETOS COMPLEXOS
DOI:
https://doi.org/10.59616/cehd.v1i4.957Keywords:
Mídias Sociais, Algoritmos, Colonialismo de dados, Fotografia, AfetoAbstract
A crise pandêmica da covid-19 evidenciou não só uma vida desterritorializada, conforme Pierre Lévy entende o processo de virtualização de sujeitos e objetos, mas também revelou um fenômeno identificado como antropofagia afetiva. As experiências virtuais nas mídias sociais projetam esse fenômeno a partir da configuração perceptiva e afetiva do usuário através da mediação algorítmica. Experiências regidas por uma espécie de atualização da estética colonialista por meio do extrativismo de dados, nomeada por Nick Couldry e Ulises Mejias de data colonialism, responsável por colonizar os afetos manifestados no espaço virtual. Esta pesquisa busca investigar a atuação dos afetos na experiência estética algoritmicamente gerenciada na plataforma Instagram e a possibilidade de descolonizar esses afetos a partir da experiência fotográfica mediada por algoritmos. Uma proposta ancorada na Teoria dos Afetos de Silvan Tomkins, tanto como suporte teórico quanto referencial metodológico.
References
ARISTÓTELES. Da Alma. 1. ed. São Paulo: Edipro, 2018.
BARTHES, R. A câmara clara: nota sobre a Fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
BENJAMIN, W. Estética e sociologia da arte. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
CATALÀ DOMÈNECH, J. A forma do real. São Paulo: Summus, 2011.
COULDRY, N.; MEJIAS, U.. The Costs of Connection: how data is colonizing human life and appropriating it for capitalism. Stanford: Stanford University Press, 2019.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2016.
ESPOSITO, E. The Artificial Communication: how algorithms produce social intelligence. Cambridge: The MIT Press, 2022.
FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2011.
GUATTARI, F. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 1992.
ISOZAKI, A. MA, Espace-Temps du Japon. In: FESTIVAL D´AUTOMNE À PARIS 1978, Paris. Catálogo, Paris: Musée des Arts Décoratifs, 1978. Disponível em: https://www.festivalautomne.com/uploads/Publish/evenement/448/FAP_1978_AP_01_JP_PRGS.pdf. Acesso em: 21 mai. 2023.
LÉVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 2007.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2015.
OKANO, M. Ma: entre-espaço da arte e comunicação no Japão. 1. ed. Santos: Annablume Editora, 2022.
OTT, B. L. Affect. In: Oxford Research Encyclopedia of Communication. Oxford: Oxford University Press, 2017.
SPINOZA, B. d. 2. ed. Ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
TOMKINS, S. Affect Imagery Consciousness – Volume I – The positive affects. New York: Springer Publishing Company, 1962.
TOMKINS, S. Affect Imagery Consciousness – Volume II – The negative affects. New York: Springer Publishing Company, 1963.
TORRACA, L. B.T. O Espetáculo da Violência no Rio de Janeiro e Olhar Estético do Afeto. 2019. 359f. Tese (Doutorado em Direito) – Programa de Pós-Graduação em Direito – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
TORRACA, L. B.T. Descolonizando as Mídias Sociais: a potência dos afetos. Apresentação Oral. In: III Congresso Internacional em Humanidades Digitais – HDRio 2023, 2023, Rio de Janeiro.
ZYLINSKA, J. The Perception Machine: Our Photographic Future between the Eye and AI. Massachussets: The MIT Press, 2023.