Uma análise das concepções sobre a natureza da ciência na Formação Inicial de Professores de Química do IFG/Câmpus Anápolis
Palavras-chave:
Concepções, Natureza da Ciência, História e Filosofia da Ciência, Formação de Professores, QuímicaResumo
Este artigo versará sobre a formação de professores articulada ao conhecimento epistemológico de ciência. Muitos dos cursos de licenciatura nas áreas das ciências naturais, no Brasil, não contemplam em seus planos pedagógicos de cursos o ensino da História e Filosofia da Ciência, condições que vêm contribuindo para a permanência de uma visão de ciência de cunho positivista tão criticada atualmente. A Pesquisa se configurou como uma pesquisa participante que integra investigação social, trabalho educativo e ação. A amostra investigada foi constituída de professores em formação inicial do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás/Câmpus Anápolis. Nosso instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário e os dados foram analisados segundo a técnica de análise textual discursiva, com categorias criadas a posteriori. As categorias levantadas foram: Ciência como estudo de diversos conhecimentos; Ciência como processo de construção do conhecimento; Ciência como Revolucionária; Ciência como utilitária; Ciência como Instituição Social. Nossos resultados permitem inferir que no geral os professores em formação inicial concebem a ciência e seu desenvolvimento, com um caráter linear, cumulativo, evolutivo, dogmático, baseado na observação e experimentação. Alguns poucos discursos vão contra essas ideias, entendendo a ciência dentro de uma perspectiva histórica, sociológica, psicológica e materialista.
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