Determinação dos limites de detecção para conservadores químicos com base nos métodos qualitativos oficiais de análise em leite
DOI:
https://doi.org/10.56762/tecnia.v9i1.251Palavras-chave:
Fraudes em leite, Conservadores químicos, Limite de detecçãoResumo
As condições de qualidade e higiene para o leite cru e derivados lácteos são estabelecidas para a proteção da saúde humana e preservação das propriedades nutritivas desses alimentos. A adição de conservantes ao leite tem o objetivo reduzir ou eliminar os micro-organismos, sendo uma prática proibida e utilizada para mascarar a má qualidade do produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar os limites de detecção das provas oficiais de análise qualitativas de conservantes químicos. Para avaliação da sensibilidade analítica das provas para a pesquisa de conservantes (Formol, Peróxido de Hidrogênio e Hipoclorito de Sódio) foram realizadas três repetições. Em cada alíquota foram adicionadas, em separado, uma entre oito diferentes concentrações de cada substância avaliada. Os resultados obtidos mostram que o método apresenta faixa não detectável abaixo de 0,002% v/v para formol e peróxido e abaixo de 0,03% v/v para hipoclorito de sódio. É importante o monitoramento constante da qualidade do leite em toda a cadeia produtiva para que não corra risco de leite fraudado chegar até o consumidor. Os métodos oficiais são capazes de detectar baixas concentrações de conservadores químicos, porém deixam margem para fraudes que precisa ser melhor avaliada.
Referências
ABRANTES, M. R.; CAMPÊLO, C. S.; SILVA, J. B. A. Fraude em leite: Métodos de detecção e implicações para o consumidor. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 3, p 244-251, 2014.
ADRIANO, J. da C. et al. Métodos para Identificação de Formol no Leite Integral UHT (Ultrapasteurizado) correlacionados. Revista Eletrônica Multidisciplinar Facear, [s. l.], v. 2, n. 5, p.1-15, 2014.
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Informe Técnico n. 53. Esclarecimentos sobre os riscos à saúde das substâncias ureia e formol e sua adição ao leite. Brasília, DF: Anvisa, 2013. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/informes-anexos/54de2014/arquivos/513json-file-1. Acesso em: 1 jun. 2024.
BRASIL. Instrução normativa n. 62 de 29, de dezembro de 2011. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 dez. 2011.
BRASIL. Instrução Normativa n. 76/77 de 26 de novembro de 2018. Aprova o Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, seção 1, n. 230, p.10, 2018.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 68, de 12 de dezembro de 2006. Métodos analíticos oficiais físico-químicos para controle de leite e Produtos lácteos. Brasília, DF: Departamento de Inspeção de Produto de Origem Animal, 2006.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Políticas públicas e privadas para o leite. Brasília, DF: Mapa, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/producao-animal/mapa-do-leite. Acesso em: 14 jun. 2023.
CAFE, T. M. Análise crítica dos métodos de remoção de formaldeído de efluentes domésticos e industriais. 2015. 67 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, 2015.
CANÁRIO, A. C. de S. et al. Desenvolvimento e validação de método analítico para quantificação do teor de formaldeído por HPLC em leite. Evidência Revista, São Paulo, v. 23, n. 1, p.89-104, 2023.
CORDS, B. R.; DYCHDALA, G. R.; RICHTER, F. L. Cleaning and Sanitizing in Milk Production and Processing. In: MARTH, E. H.; STEELE, J. L. 2. ed. Applied dairy microbiology. New York: Marcel Dekker, 2001, p. 547-587.
DEPOIMENTOS revelam como funcionava fraude do leite. Globo G1, [s. l.], 2007. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL161409-5598,00-DEPOIMENTOS+REVELAM+COMO+FUNCIONAVA+FRAUDE+DO+LEITE.html. Acesso em: 2 dez. 2021.
FIRMINO, F. C. et al. Detecção de fraudes em leite cru dos tanques de expansão da região de rio Pomba, Minas Gerais. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Minas Gerais, v. 65, n.376, p. 5-11, 2010.
FREITAS FILHO, J. R. et al. Caracterização físico-química e microbiológica do leite “in natura” comercializado informalmente no município de Garanhuns –PE. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, Paraná, v. 3, n. 2, p. 38-46, 2009.
FREITAS, L. F. Fatores determinantes para a qualidade do leite e derivados. Monte Carmelo: Editora UniFucamp, 2021.
GOULART, V. C. et al. Comparação de métodos qualitativos para a detecção de peróxido de hidrogênio em leite cru e UHT. Comeia, Patos de Minas, v. 1, n. 1, p. 51-60, 2019.
GRIZOTTI, G. Ministério Público faz operação contra adulteração de leite no RS. Globo G1, [s. l.], 2013. Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/05/ministerio-publico-faz-operacao-contra-adulteracao-de-leite-no-rs.html. Acesso em: 21 nov. 2024.INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva). Formol ou formaldeído. Rio de Janeiro: Inca, ano. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=795. Acesso: 20 dez. 2023.
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Orientações sobre Validação de Métodos de Ensaios Químicos. Rio de Janeiro: Inmetro, 2003.
JENSEN, R. G. Handbook of Milk Composition. New York: Academic Press, 1995.
KARTHEEK, M.; SMITH, A. A.; MUTHU, A. K.; MANAVALAN, R. Determination of Adulterants in Food: A Review. International Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, [s. l.], v. 3, n. 2, p. 629-636, 2011.
LEITE JR, A. F. S.; TORRANO, A. D. M.; GELLI, D. S. Qualidade microbiológica do leite tipo C pasteurizado, comercializado em João Pessoa, Paraíba. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 14, n. 74, p. 45-49, 2000.
MACHADO, M. R. Pesquisadores desenvolvem sensor que identifica adulterantes em leite. Jornal UFG, Goiás, 2021. Disponível em: https://jornal.ufg.br/n/137432-pesquisadores-desenvolvem-sensor-queidentifica-adulterantes-emleite#:~:text=Os%20pesquisadores%20criaram%20um,de%20amido%20e%20c aseína. Acesso em: 1 out. 2024.
MULLER, T.; REMPEL, C. Qualidade do leite bovino produzido no Brasil – parâmetros físico-químicos e microbiológicos: uma revisão integrativa. Vigilância Sanitária em Debate, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, 2021.
OLIEMAN, C. Detecting Taints from Cleaning and Disinfecting Agents. In: LELIEVELD, H. L. M.; MOSTERT, M. A.; HOLAH, J.; WHITE, B. Hygiene in food processing. Cambridge: Woodhead, 2003. p. 279-287.
OPERAÇÃO Leite Compensado 7 tem 16 presos e posto interditado no RS. Globo G1, Rio Grande do Sul, 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-elavoura/noticia/2014/12/operacao-leite-compensado-7-tem-16-presos-e-posto-interditado-nors.html. Acesso em: 14 jun. 2023.
PAIVA, C. A. V. Instruções Normativas para Melhoria da Qualidade do Leite no Brasil. REPILeite: Rede de Pesquisa e Inovação em Leite, Brasília, DF, 2018.
PAIXÃO, M. G. et al. Impacto econômico da implantação das boas práticas agropecuárias relacionadas com a qualidade do leite. Revista Ceres, Viçosa, v. 5, n. 61, p. 612-21, 2014.
PEIXOTO, P.; BAPTISTA, R. Presa quadrilha acusada de adulterar leite. Estadão, [s. l.], 2007. Disponível em: http: //www.estadao.com.br/noticias/geral,pf – prende – 25 – por – fraude – em – leite – longa – vida. Acesso em: 14 jun. 2023.
PEREIRA, N. I. B. et al. Aplicação das boas práticas agrícolas na produção de leite. Pubvet, [s. l.], v. 5, n. 12, p. 1-8, 2018.
POLEGATO, E. P. S.; RUDGE, A. C. Estudo das características físico-químicas e microbiológicas dos leites produzidos por mini usinas da região de Marília – São Paulo/ Brasil. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 110, p. 56-63, 2003.
RIBEIRO, L. F. Fatores determinantes da qualidade do leite. Minas Gerais: Editora Fucamp, 2021.
RODRIGUES, E.; CASTAGNA, A. A.; DIAS, M. T.; ARONOVICH, M. Qualidade do leite e derivados: Processos, processamento tecnológico e índices. Niterói: Programa Rio Rural, Rio de Janeiro, 2013.
ROSA-CAMPOS, A. A. et al. Avaliação físico-química e pesquisa de fraudes em leite pasteurizado integral tipo C produzido na região de Brasília, Distrito Federal. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Brasília, DF, n. 379, v. 66, p. 30-34, 2011.
SANTA CATARINA. Ministério Público de Santa Catarina. Presos na Operação Leite Adulterado III são ouvidos pelo GAECO. Santa Catarina: Ministério Público de Santa Catarina, 2014. Disponível em: https://www.mpsc.mp.br/noticias/presos-na-operacao-leite-adulterado-iii-sao-ouvidos-pelo-gaeco. Acesso em: 6 dez. 2021.
SILVA, L. C. C. da. Capacidade de detecção de adulterações e suficiência das provas oficiais para assegurar a qualidade do leite pasteurizado. 2013. Tese (Doutorado em Ciência Animal) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, 2013.
SILVA, L. C. C. et al. Preservatives and neutralizing substances in milk: analytical sensitivity of official specific and nonspecifictests, microbial inhibition effect, and residue persistence in milk. Ciência Rural, Santa Maria, v. 45, n. 9, p. 1613-1618, 2015.
SILVA, R. A. B. et al. Rapid and selective determination of hydrogen peroxide residues in milk by batch injection analysis with amperometric detection. Food Chemistry, [s. l.], v. 133, n. 1, p. 200-204, 2012.
SIMONAGGIO, D. et al. Avaliação da eficiência da detecção da fraude por adição de peróxido de hidrogênio no leite. In: XXIV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2014, Rio Grande do Sul. Anais […]. Rio Grande do Sul: Universidade de Santa Cruz do Sul, 2014.
SOUZA, A. H. P. de. et al. Avaliação Físico-Química do leite UHT e pasteurizado comercializado na cidade de Londrina- PR. Revista Brasileira de pesquisa em Alimentos, Paraná, v. 1, n. 1, p. 39-42, 2010.
TIMM, C. D. Avaliação da qualidade microbiológica do leite pasteurizado integral, produzido em micro-usinas da região sul do Rio Grande do Sul. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 106, p. 100-104, 2003.
TRONCO, V. M. Manual para inspeção da qualidade do leite. Santa Maria: Editora UFSM, 2008.
UBERTI, A.; PINTO, A. T. O leite e suas principais fraudes. Porto Alegre: Editora Científica Digital, 2022.
WANDERLEY, C. H. et al. Avaliação da Sensibilidade de Métodos Analíticos Para Verificar Fraude em Leite Fluido. Revista de Ciências da Vida, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 54-63, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Tecnia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
