Ensino de solos nos cursos de graduação em ciências ambientais do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.56762/tecnia.v9i1.958Palavras-chave:
projeto pedagógico de curso, bioma, pedologia, graduaçãoResumo
As ciências ambientais possuem caráter multidisciplinar que busca aglutinar demais disciplinas a fim de se obter uma visão sistêmica dos problemas ambientais. Dentro dessa multidisciplinaridade que caracteriza a formação do profissional Cientista Ambiental, o ensino de solo se faz de extrema relevância, já que este é um componente de grande importância para os serviços ecossistêmicos. Objetivou-se analisar o ensino de solos nos cursos de Graduação em Ciências Ambientais do Brasil, contemplando o detalhamento das disciplinas obrigatórias e optativas/eletivas dentro das matrizes curriculares visando apontar informações que caracterizem a forma de abordagem do ensino de solos e como ocorre esse processo na formação de um profissional Cientista Ambiental. Para a análise dos dados, utilizou-se os Planos Pedagógicos de Curso de 11 das 12 instituições que ofertam o curso de Ciências Ambientais no Brasil. Os resultados apontaram que, ainda que se espere uma abordagem multidisciplinar, na prática disciplinas relacionadas a solos são escassas nas matrizes curriculares e em alguns casos inexistentes. Isso se dá por fatores como a localidade do curso, seja em termos de bioma brasileiro ou por influência da unidade/departamento em que o curso está inserido. Outro resultado demonstra que o problema está relacionado à falta de homogeneidade de disciplinas comuns básicas na matriz curricular desses cursos. Sugere-se aos coordenadores desses cursos o diálogo para que se busque uniformidade e reformulação dos Planos Pedagógicos de Curso. A segunda recomendação envolve a cobrança dessas reformulações por parte dos discentes e, principalmente dos egressos cientistas ambientais.
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